Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de 2008

Muito prazer, piropo

Antes de qualquer coisa, uma rápida consulta ao Houaiss: Piropo : expressão amável ou lisonjeira dirigida a outro; galanteio. Há também um segundo significado na língua portuguesa para a palavra, referente a um tipo de minério, que por ora não interessa em nada. Voltemos ao piropo em sua forma romântica, galanteadora... e também ao motivo desse post. O sétimo DVD da série que tem Chico Buarque como protagonista é chamado de "Romance". Para quem não viu nenhum episódio, em cada um deles trata-se de algum tema que se relaciona com sua obra. Neste, Chico fala de canções de amor. Em dado momento, após lembrar das várias formas de se cantar o amor ao longo da história, Chico fala da dificuldade, até dado ponto de sua carreira, em criar canções ao estilo "piropo". E começa a falar empolgado sobre essa vertente. Chico lamenta que o termo é pouco usado no Brasil, apesar de constar no dicionário. Ele diz que na Espanha é muito comum e dá uma série de exemplos de piropos clás

Ah, Buenos Aires...

Mensagem no MSN de minha amiga Tatoca, direto da capital argentina: "Recado rapidinho, moço, pq estou no computador do hostel: estou apaixonada por essa cidade, posso passar o resto da vida comendo bifes de chorizo, sorvete de doce de leite, empanada e vinho, comprei três mil coisas da mafalda e achei sua camiseta." Saudades de lá... e ela nem falou das argentinas (ou dos argentinos, no caso dela). A camiseta em questão tem uma estampa do grande Homer Simpson com a 10 da Argentina fazendo o gol da "mano de Díos", contra a Inglaterra, na seminal da Copa de 1986. Que ela volte logo e traga alfajores...

Direto ao ponto

“Ninguém mais se lembra de Deus no Natal.” Assim Gabriel García Márquez iniciava, no Natal de 1980, um célebre artigo publicado no jornal espanhol El Pais . Segundo o escritor colombiano — que dois anos depois receberia o Prêmio Nobel de Literatura —, há tanto barulho e tantas angústias de dinheiro que “a gente se pergunta se sobra tempo para celebrar o aniversário de um menino que nasceu há 2 mil anos em uma manjedoura miserável”. Vale ler a íntegra: Estas sinistras festas de Natal Ninguém mais se lembra de Deus no Natal. Há tanto barulho de cornetas e de fogos de artifício, tantas grinaldas de fogos coloridos, tantos inocentes perus degolados e tantas angústias de dinheiro para se ficar bem acima dos recursos reais de que dispomos que a gente se pergunta se sobra algum tempo para alguém se dar conta de que uma bagunça dessas é para celebrar o aniversário de um menino que nasceu há 2 mil anos em uma manjedoura miserável, a pouca distância de onde havia nascido, uns mil anos antes, o r

Praianas

Oxalá Após duas rápidas passagens por Ilha Bela em novembro e dezembro, está confirmado: a mulherada anda abusando no tomara-que-caia. ??? Andando pela praia do Curral, uma cena assusta: parte da areia foi tomada pelas instalações do DPNY Beach Hotel. Além das esteiras, guarda-sóis e do atendimento VIP de uns 15 garçons, foi montado um tipo de tenda de luxo, ao estilo 1001 Noites, com uma puta cama king size, baldes de gelo e champagne, frigobar e decoração de luxo. Sim... com vista para o mar. E à vista de todos. Para quê? Curioso, fui ao Google... ... e achei o site do tal hotel. Melhor do que qualquer comentário, é copiar aqui a tabela de preços para o ano novo. CASAL CAMA EXTRA SUÍTE 5 ESTRELAS BEACH R$ 7.964,00 R$ 3.982,00 SUÍTE MASTER BEACH R$ 13.340,00 R$ 6.670,00 SUÍTE BANGALÔ BEACH R$ 16.008,00 R$ 8.004,00 BANGALÔ PISCINA BEACH R$ 24.012,00

Os instintos da perfeição

Além do tradicional chavão de “que seja eterno enquanto dure”, muito se fala a respeito da necessidade que Vinicius de Moraes tinha de estar sempre apaixonado, como se esse sentimento fosse um tipo de combustível a alimentar seu corpo e sua alma. Sempre achei essa característica do poeta um tanto quanto invejável — exceto pela parte dos nove casamentos ostentados em seu currículo. Escrevo isso porque há tempos não assistia, escutava ou lia algum tipo de manifestação com essa temática que realmente me fizesse matutar um pouco sobre esse assunto. Pois li (ou melhor, reli, mas foi como se tivesse lido pela primeira vez) há poucos minutos. E compartilho abaixo: “Contemplando a gravura cor-de-rosa, senti de sopetão que tinha mais alguém na saleta, virei. Maria estava na porta, olhando para mim, se rindo, toda vestida de preto. Olhem: eu sei que a gente exagera em amor, não insisto. Mas se eu já tive a sensação da vontade de Deus, foi ver Maria assim, toda de preto vestida, fantasticamente m

A notícia do dia

Celebridades não poderão mais dizer em propagandas que utilizam determinado medicamento e sugeri-lo ao leitor ou telespectador. A norma está em resolução da Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária), que passa a valer daqui a 180 dias no país. O texto contém uma série de novas restrições, que abarcam também a distribuição de brindes e o pagamento de passagens a médicos por laboratórios, a oferta de amostras grátis e a linguagem da publicidade. Se não violarem as restrições impostas pelo texto da Anvisa, artistas e jogadores de futebol poderão aparecer na propaganda, mas terão que ler também advertências a respeito dos medicamentos que anunciam. Hoje, está previsto o uso de apenas uma frase: "ao persistirem os sintomas, o médico deverá ser consultado". Com as novas regras, haverá uma série de variações, com alertas específicos para os produtos.O tamanho das advertências também foi alvo do novo texto. Ele terá que corresponder a pelo menos 20% da maior fonte utilizada n

Lula, Collor e uma medalha

Leio na internet que hoje faz 19 anos do segundo turno da eleição entre Fernando Collor e Lula. Tenho duas lembranças daquele domingo: a primeira era a do "L" feito com a mão direita por aqueles que votaram no "sapo barbudo", felizmente meu pai entre eles; a segunda também tem a ver com meu pai e um desencontro bem triste. Eu jogava futebol no Pequeninos do Jockey em 1989. Meu time foi campeão naquele ano e a entrega das medalhas a todos os vencedores ficou marcada para aquele domingo. Caberia aos pais ou a algum parente próximo colocá-las nos pescoços da molecada. A festa prometia ser bem bacana. Meu pai precisou trabalhar naquele domingo até o início da tarde e, se minha memória não me trai, foi direto para a premiação, que estava marcada para umas 15h. O local onde ele iria votar era perto e haveria tempo suficiente para os dois compromissos. Mas eis que chega o horário marcado e nada de as medalhas chegarem, apesar de todos os moleques e seus pais já estarem lá

Leituras, cochilos e espiadas

Ah, os ônibus. Sacolejantes, apertados, desconfortáveis, mas —já reparou? — também fonte inesgotável de comportamentos do cotidiano. E o que é bem legal já destaco de cara: as pessoas têm lido mais do que há alguns anos. Sim, é verdade! Ontem resolvi dar uma espiada nisso com mais cuidado. O ônibus estava mais vazio do que o normal no caminho do trabalho para casa. Em pé e com os olhos meio cansados, me pus a observar as pessoas. Acreditem: apenas entre os que estavam sentados na parte traseira do veículo (depois da catraca), havia seis indivíduos lendo algo. Supondo que caibam umas 30 pessoas sentadas nessa parte do ônibus... são respeitáveis 20% do total! Resolvi esticar o pescoço e ver o que liam. Um senhor lia a "Veja". Uma moça com cara de vestibulanda lia "A Cidade e as Serras". A senhora mais velha entre as leitoras tinha algo de literatura espírita em mãos (supus pelo sobrenome Gasparetto na capa) e a seu lado viajava um bigodudo com um livro em inglês, chei

Emos

Já tive que tentar explicar pra umas cinco pessoas (a maior parte delas acima dos 40 anos) o que significa o termo "emo", cada vez mais comum de ser visto e ouvido por aí. Apesar de ter uma boa noção do que se trata, eu sempre ficava com a impressão de não ter dado uma boa explicação aos curiosos, talvez, de certa forma, por uma falta de curiosidade (ou interesse) de minha parte. Pois bem. Eis que o G1 publicou uma matéria a respeito disso hoje, com uma lista de 15 discos fundamentais para entender o "movimento". A leitura me fez ter menos interesse ainda, mas pelo menos fica o registro de algo que não tem como ser simplesmente ignorado atualmente. Aí vai o início da matéria: Popularizado por bandas como NxZero e Fall Out Boy, o emo é um dos gêneros musicais mais influentes e controversos do rock atual. Rótulos e preconceitos à parte, o G1 preparou uma lista de bandas e discos que ajudam a entender as raízes históricas e musicais do estilo, para além das franjas e m

Charme por todos os poros

O assunto é "Vicky Cristina Barcelona". Woody Allen mandou bem mais uma vez... OK! Barcelona parece ser um lugar realmente encantador... OK! Penelope Cruz e Javier Bardem são dois baita atores... OK! O filme tem uns ares "almodovarianos"... OK! Mas a palavra para a nova empreitada européia do mr. Allen é CHARME. Charme e mais charme. O humor do filme é charmoso. Os diálogos são charmosos. Os atores são charmosos, cada um a sua maneira (a Penelope é imbatível!). As cenas picantes transitam da pieguice à sensualidade repletas de charme a cada tomada. A música principal ("No he encontrado la razón porque me duele el corazón porque es tan fuerte que solo podré vivirte en la distancia y escribirte una canción. Te quiero Barcelona") é cantada de um jeito charmoso pra caramba. Até a narração, que inicialmente parece um tanto quanto fora de lugar, acaba por se tornar um bocado charmosa... Que Woody Allen nunca mais volte a filmar em Nova York! E que, pelamordedeus

Gênio deprimido

Sexta-feira, Livraria Cultura da avenida Paulista. Show curtinho do Guinga, para umas 50 pessoas. Em dado momento, uma senhorinha (sem trocadilhos musicais) pede pra ele cantar "Você, você", parceria com Chico Buarque gravada por Monica Salmaso. Guinga responde que não costuma cantar essa música, e que naquela tarde seria ainda mais difícil pelo fato de sua voz ter sido afetada por um recente problema de depressão. Após o show, pouco antes da tradicional rodinha de autógrafos e sessão de fotos, havia um burburinho sobre o problema do artista. Um dos espectadores sussurrou que era resquício do fim do casamento. Sigo na dúvida, mas seu abatimento era visível. Enquanto fiquei por lá, a única menção à doença partiu do próprio Guinga, após ser abraçado por uma jovem fã. "Muito obrigado. É esse tipo de coisa que preciso ouvir ultimamente", disse, após a moça agradecê-lo por existir e por compor tão belas canções. Apesar do problema na voz (de fato em alguns momentos sua h

Atraso

CTRL C + CTRL V de um texto da Folha deste domingo, assinado por Marcelo Leite: Criacionismo no Mackenzie O Instituto Presbiteriano Mackenzie abrange uma universidade e uma escola das mais tradicionais de São Paulo. Só na unidade paulistana do colégio há mais de 1.800 alunos. Seu campus no quarteirão ladeado pela avenida da Consolação e pela rua Maria Antônia é um ponto de referência na cidade. Talvez poucos se dêem conta de que se trata de um estabelecimento confessional de ensino. Isso está bem explícito no nome da instituição, porém. Agora o Colégio Mackenzie é também, oficialmente, criacionista. Criacionismo é a doutrina segundo a qual Deus criou o mundo com todas as espécies que existem hoje. Isso contradiz a explicação darwinista para a diversidade biológica, fruto da evolução por seleção natural. Inúmeras observações comprovam postulados centrais do darwinismo, como a ascendência comum (todas as espécies provêm de um ancestral único). O fato de o DNA ser a molécula da hereditar

Outra música - de novo

Ainda para aaquela série de músicas do CD em inglês do Renato Russo, fui atrás de versões no Youtube para "If tomorrow never comes", composta pelo Garth Brooks. Fiquei impressionado com a quantidade de versões que apareceram, em especial de anônimos que pegam o violão, se colocam em frente a uma câmera e depois se deixam ver pelo mundo afora. Abaixo, um desses caras, que assina simplesmente como "gmhoward":

Ah, a graça feminina...

Tenho procurado evitar falar de futebol por aqui, pois tenho concentrado minha soberba são-paulina em conversas nas quais posso colocar em prática sorrisos sarcásticos e manifestações de inalcançável superioridade. Mas abrirei uma exceção: o motivo é nobre e não tem nada a ver com o hexa. Eu já havia visto a charmosa Leah em ação. Trata-se de uma promissora lateral-esquerda do futebol feminino brasileiro que ficou em evidência por seu modo nada convencional de cobrar arremessos de lateral. Se não me engano, a Globo já havia feito uma reportagem com a moçoila. E não é que há alguns dias, durante o Mundial Sub-20, nossa seleção marcou um gol após uma dessas cobranças esquisitas, ao estilo Daiane dos Santos? Melhor do que qualquer descrição é ver o lance. E rever, rever, rever...

Ingênuo, romântico ou simplesmente vacilão?

História ouvida agora há pouco, no trabalho. O protagonista é amigo do marido do cunhado do vizinho do primo do tio do pai da cunhada da sogra... O Fulano da história, sujeito de classe média alta, chama para sair uma moça na qual está interessadíssimo. Para impressioná-la, decide jantar com a dita-cuja num puta restaurante. À mesa, ele repara que os pratos custam em torno de R$ 600,00 (sim, você leu direito!) Tudo bem, para tais gastos ele estava preparado. O rapaz pede então a carta de vinhos. E ai começam pra valer os problemas... Segundo o moço, em restaurantes desse quilate a carta de vinhos não possui os preços de cada garrafa. Minimamente precavido, Fulano resolve fugir dos Romanée-Conti, conhecidos pelo preço na casa dos milhares de dólares a garrafa. Doce ilusão... Jantar gostoso, bebida maravilhosa, planos diversos para o resto da noite... tudo perfeito até vir a conta. Assustado, o cavalheiro chama o garçom e diz que há algo errado, condição negada pelo funcionário. Ele, ent

Então, tá!

A Folha de S.Paulo publicou neste domingo um caderno especial sobre racismo no Brasil. Em sua última página, foi publicada uma pesquisa na qual os entrevistados atribuíram a 11 personalides brasileiras determinada cor de pele, entre as opções branca, parda e preta. Entre as 11 figuras públicas, dois políticos: Fernando Henrique e Lula. Ambos, na minha modesta opinião, pardos. Mas não para 70% dos brasileiros ouvidos, que consideram FHC branco, contra 45% que vêem no atual presidente a mesma cor. FHC, aquele que disse certa vez "mulatinho", por "ter um pé na cozinha", é visto por 17% como pardo, contra 42% que vêem Lula dessa forma. O antropólogo Antônio Risério, ouvido pela reportagem, tem uma possível resposta para os números: "FHC apareceu como mais branco do que o Lula. Mas o FHC é branco? Ele é um mulato. Se as pessoas não soubessem que se tratava de FHC, provavelmente, julgando apenas pela cor da pele, diriam que se tratava de um mulato. Mas como é o FHC,

Outra música

Desta vez, uma do Dylan, ainda seguindo a lista das músicas gravadas pelo Renato Russo: "If you see her, say hello". Na gravação do então vocalista da Legião, todos os artigos e pronomes femininos foram trocados por masculinos - a começar pelo "her" do título - por questões já conhecidas. Em comum, além de belas canções, as faixas escolhidas para o disco do Renato Russo também têm em comum belas letras. Vale a pena uma googlada rápida pra conferir.

Uma música

Depois de muito tempo, ontem me peguei ouvindo o "Stonewall Celebration Concert", disco de 1994 do Renato Russo, só com canções em inglês. Sempre gostei de suas interpretações das 21 músicas (que vão de Madonna a Dylan, de Irving Berlin a Bernstein e Quincy Jones), mas só agora fui me dar conta de que, entre as interpretações originais ou mais famosas, ouvi pouquíssimas. Conforme for fazendo isso, irei colocando as mais bacanas por aqui. Pra começar, escolhi "I get along without you very well", de Hoagy Carmichael, já gravada por gargantas do quilate de Billie Holiday. A interpretação abaixo é de Ninna Simone:

I fell fine

R.E.M. em São Paulo. Longe dos Estados Unidos na semana em que Obama foi eleito presidente (com o óbvio apoio do vocalista Michael Stipe, que antecipou seu voto antes da viagem), a banda fez questão de se referir ao novo presidente de maneira entusiástica nos intervalos entre uma música e outra. A platéia adorava. Mas foi no refrão de "It's the end of the world as we know it" que os caras deram o tom definitivo da atual fase política norte-americana. OK, é cedo, precoce, prematuro dizer que o é o fim desse mundo atual como o que conhecemos e vemos há décadas, mas a simbologia da vitória de Obama, justamente após o governo fascista de Bush e no meio de uma crise financeira causada por quem manda no planeta há séculos, traz um inevitável otimismo àqueles que são ao menos um pouquinho progressistas, que ainda crêem que a política é, sim, um dos meios pelos quais a sociedade pode ser menos desigual, mais pacífica, simplesmente melhor do que é hoje. Ao invés de quase sussurrar

Mais uma do Rubem Alves

Uma bela e rápida crônica pra alegrar o dia... O flautista Fortaleza . Eu ia fazer uma fala. Aí me disseram que antes haveria um pequeno concerto de uma orquestra de flautas de crianças pobres: sorriso no rosto, camiseta abóbora, flautinhas na mão. O regente era um mocinho magro. Ao final, o Marcelo - esse era o seu nome - me convidou a visitar a orquestrinha na cidade de Aquiraz, bairro Tapera, a uma hora de Fortaleza. O concerto seria numa chácara, à noite. Mangueiras enormes, céu estrelado. Tocaram a sua alegria. Aí o Marcelo se juntou conosco. Pedimos que contasse sua história. Família muito pobre. Pai bravo e batedor. Comiam os peixes que tarrafeavam num rio. E era preciso trabalhar para ajudar. Marcelo trabalhava numa padaria. Ganhava R$ 10 por mês. E ainda tarrafeava, depois de terminado o trabalho na padaria. O seu grande sonho era ser músico, baterista. Pois um dia correu a notícia de que iriam formar uma banda. Quem quisesse que se candidatasse. O Marcelo se candidatou. Mas o

Oito versos

Uma melodia bacana, uma letra singela. E um bom dia pra quem passou por aqui hoje. ¿Y tu qué has hecho? En el tronco de um árbol una niña Grabó su nombre henchida de placer Y el árbol conmovido Allá en su seno A la niña una flor dejó caer Yo soy el árbol conmovido y triste Tu eres la niña que mi tronco hirió Yo guardo siempre tu querido nombre ¿y tu, qué hás hecho de mi pobre flor? E você o que fez? No tronco de uma árvore uma menina Gravou seu nome, cheia de prazer E a árvore, comovida, ali em seu seio Para a menina uma flor deixou cair Eu sou a árvore comovida e triste Você, a menina que meu tronco riscou Eu guardo sempre seu querido nome E você? O que fez de minha pobre flor?

A culpa é de quem?

O ser humano é uma espécie bacana por natureza ou é uma raça miserável que precisa de leis e controles pra andar na linha? Cada vez mais eu me convenço da segunda opção. Só pra ilustrar essa fase pessimista, dois exemplos que não são nenhuma novidade, mas que dão o tom lamurioso deste post: Nepotismo é aceito por 50% dos brasileiros Pesquisa feita a pedido da Comissão de Ética Pública, órgão vinculado à Presidência da República, mostra que a maioria dos cidadãos tolera a prática do nepotismo: 50,3% admitiram que, se pudessem, contratariam parentes. Da parcela de servidores públicos entrevistados, 32,1% disseram o mesmo. O levantamento foi feito pelo professor Ricardo Caldas, da UnB (Universidade de Brasília), entre março e junho. Foram ouvidas 1.767 pessoas de várias profissões de todo o país e 1.027 servidores públicos de seis Estados (SP, MG, PA, PB, PR e RJ) e do Distrito Federal. E, por fim, um videozinho do CQC:

Eleições nos EUA

Eu ainda vou entender pra cacete sobre a história, a política e dos Estados Unidos. Como isso vai demorar um bocado, o jeito é tentar ler o que é publicado de bom sobre a terra do Tio Sam. Em ano de eleições por lá, a melhor leitura em português nos últimos meses é a do blog do Argemiro Ferreira. O artigo que reproduzo de seu blog é sobre o sistema eleitoral do país. A partir dele dá pra ter uma noção do viés crítico adotado pelo jornalista. Colégio eleitoral: obsoleto antidemocrático No primeiro discurso como um duvidoso "presidente eleito" — em dezembro de 2000, depois que a Suprema Corte mandou parar a recontagem de votos da Flórida e fez prevalecer aquele resultado suspeito proclamado antes pela secretária de Estado Katherine Harris — George W. Bush tentou fazer um paralelo entre a situação que então vivia, à sombra da ilegitimidade, e o resultado da eleição presidencial de 1800, que deu a vitória a Thomas Jefferson (1743-1826) sobre Aaron Burr (1756-1836). Com isso suger

Polêmica à vista

A Rolling Stone deste mês propõe sua lista dos 100 maiores artistas brasileiros de todos os tempos. Não li a reportagem completa, mas a relação dos 10 primeiros é a seguinte: 1. Tom Jobim 2. João Gilberto 3. Chico Buarque 4. Caetano Veloso 5. Jorge Ben Jor 6. Roberto Carlos 7. Noel Rosa 8. Cartola 9. Tim Maia 10. Gilberto Gil Apesar de a revista não ter pegado no breu em sua versão brasileira, imagino que venha polêmica por aí devido a seu público bem heterogêneo. Uma edição recente tinha os caras do NX Zero na capa como vieram ao mundo. Os poucos leitores da revista que conheço fazem parte de uma turma que torce o nariz pra qualquer coisa que remeta à MPB. Mas mesmo entre os leitores que gostam e conhecem um pouco de música boa, sempre vão ter os que discordam de alguma posição, os que vão comparar pela enésima vez Chico com Caetano, os que vão dizer que o Robertão é uma bosta, que o Gil só sabe fazer falsetes, que o Ben Jor só canta "teteteteretetereterete" etc etc etc. De

Boa descoberta

Fuçando por aí em alguns sites, eis que descobri um blog bem bacana: o Futepoca, abreviação para "Futebol, política e cachaça". A página é tocada por um grupo de oito jornalistas e alguns colaboradores. Os caras se definem assim: "O Futepoca - Futebol, Política e Cachaça tem o nobre objetivo de unir esses três temas que, na prática, já fazem parte de qualquer discussão de boteco no Brasil. Ou seja, apenas ampliamos o alcance do balcão. A idéia é basicamente jogar conversa fora, mas com focos definidos. Fiquem à vontade para colaborar. Afinal, futebol e política, ao contrário do que alguns dizem, se discutem sim. Quanto à cachaça, sempre é melhor bebê-la." "Do ponto de vista da cachaça, na mesa do bar, há mais cerveja do que o destilado de cana. Na política, sem tanta homogeneidade, todos pendem para a esquerda. No quesito futebol, é preciso conhecer os autores para avaliar quem está de que lado". Enfim, não faltam textos bacanas por lá. Vale a visita: ht

Releituras

Fuçando no meu antigo blog , achei um texto do Rubem Alves BEM legal. Aí vai: Tênis x frescobol Depois de muito meditar sobre o assunto concluí que os casamentos são de dois tipos: há os casamentos do tipo tênis e há os casamentos do tipo frescobol. Os casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal. Os casamentos do tipo frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa. Explico-me. Para começar, uma afirmação de Nietzsche, com a qual concordo inteiramente. Dizia ele: ‘Ao pensar sobre a possibilidade do casamento cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: ‘Você crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até a sua velhice?\' Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar.’ Xerazade sabia disso. Sabia que os casamentos baseados nos prazeres da cama são sempre decapitados pela manhã, terminam em separação, pois os prazeres do sex

A eleição de São Paulo em um parágrafo

"São Paulo era contra Getúlio Vargas e a favor da oligarquia. Apoiou o populismo de Adhemar de Barros e inventou Jânio Quadros para a política. Vociferou contra Juscelino Kubitschek. Com as Marchas com Deus pela Família, preparou e apoiou o golpe militar de 1964. Revelou Maluf. Na eleição municipal de 1985, elegeu Jânio contra Fernando Henrique. Na primeira direta para presidente, elegeu clamorosamente Fernando Collor. FHC contra Lula? FHC duas vezes. Maluf contra Eduardo Suplicy? Maluf. Pitta contra Erundina? Pitta. Serra contra Lula? Serra. Alckmin contra Lula? Geraldinho. Serra contra Marta? Serra. Kassab contra Marta? Kassab... Quando Erundina venceu em 1988, não havia segundo turno. Em 2000, o eleitor correu para Marta só porque tinha se cansado da impagável dupla Maluf-Pitta. Exceções que confirmam a regra". Nirlando Beirão, na CartaCapital

Momento histórico

Em 1994, o então governador do RJ, Leonel Brizola, travava mais uma de suas batalhas contra a Globo. Naquele ano, no entanto, uma decisão judicial permitiu que ele tivesse um direito de resposta contra a emissora, em pleno Jornal Nacional. O resultado está aí embaixo:

Vida dura

O cara aí ao lado se chama Fergal Murray. Ele é irlandês e tem um dos melhores empregos do mundo: mestre-cervejeiro. Mas não é um mero mestre-cervejeiro, pois trabalha pra Guinness. Ele está no Brasil pela primeira vez e falou um pouco de seu trabalho numa entrevista bacana para o Guia da Folha. Saúde: Dos milhares de bares que o sr. já visitou ao longo de seu trabalho, quais foram os mais curiosos? Em 25 anos como mestre-cervejeiro da Guinness, já visitei mais de 10 mil pubs em mais de 150 países. Alguns dos mais interessantes, em termos de diferença de culturas, visitei em Cingapura e em Hong Kong. O que o sr. acha dos bares paulistanos? As cervejas são servidas de maneira apropriada? Gostei muito dos bares que visitei aqui em São Paulo. Visitei alguns pubs para avaliar o "perfect serve" da Guinness e o ambiente, além de alguns bares do estilo "boteco". Os donos dos bares são simpáticos e rigorosos com o bom serviço. Os pints [copos apropriados para servir a cerve

Futebol e diversão

Sábado no Parque Villa Lobos. Após uma corridinha sem-vergonha, encontro um bom motivo pra parar com o malogrado exercício e fazer algo mais interessante. Percebo uma algazarra entre as árvores. Sim, algazarra das grandes. Olho com mais atenção e vejo que se trata de um punhado de crianças jogando futebol. A gritaria fica por conta de seus pais, tias, babás e cia. Chego perto do campinho, montado em um dos gramados do parque. Não é um mero bate-bola improvisado. Há um campinho montado, com fitas demarcando seus limites e dois golzinhos à la futebol na praia. Cinco guris pra cada lado, com mais ou menos 5-7 anos de idade, quase todos da mesma altura. Dois instrutores orientam a rapaziadinha. Fazia tempo que eu não via guris dessa idade jogando futebol. À primeira olhada, a sensação que bate é a nostalgia da época em que disputar partidas assim era algo intensamente disputado, cada jogada era épica. Eram tempos em que olhar os adultos jogar servia de lição sobre como se comportar com a b

Casagrande de volta

Fiquei bem feliz quando li a reportagem abaixo, publicada no Terra, e resolvi postá-la por aqui. Além de Casagrande ser um bom comentarista esportivo, sempre fui com a cara dele, questão de empatia mesmo. E, associando sua imagem ao futebol e à nostalgia, Casão é responsável por uma de minhas primeiras e boas lembranças futebolísticas. Apesar de sua ligação incontestável com o Corinthians, lembro muito bem de um São Paulo 4 x 1 Santos, no qual ele marcou dois gols pelo Tricolor, em sua curta passagem por empréstimo pelos lados do Morumbi. Obs: Leia a reportagem até o final e será recompensado com uma bela tirada humorística do Casão. Casagrande: "Não achava que era doença" Um ano após ser internado, contra a vontade, em uma clínica para dependentes químicos em São Paulo, Walter Casagrande Júnior voltou a aparecer em público na última quinta-feira e fez um relato sincero e emocionado de sua luta contra as drogas em entrevista a um programa da TV Globo, que irá ao ar já na madr

André estava certo...

Meu chapa André Toso fez um texto no mês passado espinafrando "Os Desafinados". Demorei pra assistir ao filme e tinha a otimista expectativa de que o amigo jornalista tivesse exagerado na tinta. Não exagerou. Reli o texto hoje e ri bastante de sua acidez. Assino embaixo, com um único adendo: a atuação de Jair Oliveira (de quem até gosto como músico, talvez pela nostalgia do Balão Mágico, talvez por admirar seu pai) chega a ser engraçada, de tão ruim. Sem mais a dizer, reproduzo aqui o texto do André: É louvável que um diretor consiga realizar um filme tão ruim quanto “Os Desafinados”. Principalmente quando aborda uma das histórias mais fascinantes da cultura brasileira. É ainda mais louvável conseguir tratar de temas como bossa nova, cinema novo e ditadura de maneira tão rasa e desnorteada. A miscelânea do roteiro é tão absurda que mistura eventos como o histórico show do Carnegie Hall, em Nova York, nos anos 60, com o sumiço do pianista brasileiro Tenório Jr. na Argentina, e

Flor da idade

Faz uns três dias que ouço de forma insistente a mesma música. E quero ouvir mais vezes. Talvez escrevendo sobre ela isso passe. Nunca fui muito fã de Drummond e continuo não sendo, apesar de, obviamente, reconhecê-lo como um dos maiores poetas da nossa língua. É questão de gosto mesmo, estilo, talvez ignorância, sei lá... Fico mais com João Cabral e Vinícius. As frases "enrolatórias" (ou o chamado nariz-de-cera jornalístico) antecedem, mais uma vez, um texto sobre Chico, o Buarque de Hollanda. Explico mais abaixo: Semana retrasada fui rever o show da Mônica Salmaso, a respeito do qual já escrevi por aqui no ano passado. Muito bom de novo (talvez até melhor, mas não é sobre isso o texto) e com uma novidade: além das 14 músicas do disco sobre a obra do Chico, ela emendou também "Flor da idade", composta em 1973 e, até onde eu saiba, só registrada no show dele com a Bethânia, de 1975. O que sempre chama a atenção de quem ouve a música é a óbvia homenagem, referência o

Grande homenagem

Parece que a Diesel vai fazer uma festa de 30 anos em várias cidades do mundo. Pra divulgar o evento, ela fez uma campanha de marketing viral, na divulga por meio de um vídeo a data e outros detalhes do convescote. Até aí, beleza. Mas o vídeo de pouco mais de um minuto feito pelos caras é algo divertido demais. Trata-se de uma espécie de homenagem aos pornôs dos anos 70, década em que a marca grã-fina foi criada. Pra quem é fã do gênero ou não, é um trabalho que garante uma porção de risadas. Veja clicando aqui.

Rico, pobre ou dá pra viver?

Uma das pegadinhas verbais mais tontas da época de criança, quando estamos aprendendo certas malícias, era virar pro amiguinho e perguntar: "Seu pai é rico, pobre ou dá pra viver?". Como quase ninguém se assume rico e poucos se consideram realmente pobres, os mais distraídos sempre falavam a terceira opção, resposta aguardada pra que todos pudessem dar risada e sair falando que o pai do Fulano dava pra poder viver. Nostalgia à parte, em tempos de evolução econômica no país, pouca gente sabe realmente em que faixa econômica está. A última vez em que pensei nisso foi ao responder um questionário socio-econômico na primeira faculdade, cujo resultado apontava que na minha classe havia três alunos da classe A+. Conceitos que parecem tipo sanguíneo à parte, a impressão que tenho é a de que esses medidores andam meio defasados. Nos últimos meses, muito se tem falado sobre a imensa quantidade de brasileiros que deixaram as classes D e E para ascender à C, formando a chamada "nov

25 coisas que você não pode morrer sem tomar conhecimento

A lista é divertida e foi chupinhada do Caixa PreTTA . No entanto, sou testemunha de que o item 9 está errado. 1 - O nome completo do Pato Donald é Donald Fauntleroy Duck. 2 - Em 1997, as linhas aéreas americanas economizaram US$ 40.000 eliminando uma azeitona de cada salada. 3 - Uma girafa pode limpar suas próprias orelhas com a língua. 4 - Milhões de árvores no mundo são plantadas acidentalmente por esquilos que enterram nozes e não lembram onde eles as esconderam. 5 - Comer uma maçã é mais eficiente que tomar café para se manter acordado. 6 - As formigas se espreguiçam pela manhã quando acordam. 7 - As escovas de dente azuis são mais usadas que as vermelhas. 8 - O porco é o único animal que se queima com o sol além do homem. 9 - Ninguém consegue lamber o próprio cotovelo, é impossível tocá-lo com a própria língua. 10 - Só um alimento não se deteriora: o mel. 11 - Os golfinhos dormem com um olho aberto. 12 - Um terço de todo o sorvete vendido no mundo é de baunilha. 13 - As unhas da

U2 em três dimensões

Fica em cartaz em poucas salas no Brasil até 9 de outubro o registro em 3D no mais recente show do U2, "Vertigo", cuja passagem pelo Brasil se deu no começo de 2006. Só tenho lembranças bacanas da apresentação no Morumbi e essa sensação ficou reforçada ao assistir ao filme. Com o tradicional óculos para filmes em terceira dimensão, não é nada difícil se sentir realmente como um dos milhares que acompanharam in loco o show, sem deixar de sentir até mesmo um pouco da vertigem proposta no título da turnê. Quando a câmera põe o zoom bem pertinho do vocalista Bono, a metade feminina do cinema suspirou profundamente, tamanha a proximidade e o nível de realismo propiciado pelas imagens. Alguns vêm chamando esse registro como o primeiro "filme-concerto" da história do cinema. Uma rápida pesquisa me mostra que foram utilizadas mais de 700 horas de gravação para a edição final, condensada em menos de 90 minutos de canções que vão das baladas românticas a uma pauleira mode

Cerveja levou o ser humano a se tornar agricultor

O texto é da Efe e explica grande parte do comportamento humano... O homem se tornou sedentário e agricultor há cerca de dez mil anos, iniciando a Revolução Neolítica, para beber cerveja e se embriagar, e não com a finalidade de melhorar ou garantir sua alimentação. A afirmação foi feita pelo biólogo e historiador natural alemão Josef H. Reichholf em seu novo livro "Warum die Menschen sesshaft wurden" ("Por que os homens se tornaram sedentários", em tradução livre). A obra começou a ser vendida hoje nas livrarias da Alemanha e explica as causas da revolução que deu lugar à formação de povos e religiões. O acadêmico da Universidade Técnica de Munique considera errada a teoria de que a humanidade começou a cultivar plantas, abandonou a vida nômade e se estabeleceu de maneira permanente em um lugar determinado para se alimentar melhor. Essa visão habitual confunde causas e conseqüências. Para que os caçadores e agricultores abandonassem sua forma de vida e alime

Pérolas do orkut

Bastante gente já conhece o site, que a cada dia ganha dezenas de novas contribuições. A foto aqui mostra como há verdadeiros gênios na net. O endereço é http://www.perolasdoorkut.com.br/

As 27 coisas que as pessoas aprendem com filmes pornôs

Desculpem a linguagem chula, mas estou apenas copiando e colando um e-mail engraçado que recebi. Pena não saber a origem. 1. Todas as mulheres vão pra cama de salto alto. 2. Homens nunca são impotentes. 3. Quando for chupar uma mulher, dez segundos são mais do que suficientes. 4. Se uma mulher for pega se masturbando por um homem estranho, ela não vai gritar de vergonha, mas vai insistir pra que ele catraque com ela. 5. Mulheres sorriem com gosto depois que homens enchem a cara delas de esperma. 6. Mulheres curtem sexo com homens feios e de meia-idade. 7. Mulheres gemem incontrolavelmente quando estão fazendo um boquete. 8. Mulheres sempre gozam quando o cara goza. 9. Todas as mulheres gozam fazendo escândalo. 10. As pessoas da década de 70 só conseguiam gozar se estivesse rolando um solo de guitarra ao fundo. 11. Aqueles peitos são todos de verdade. 12. Uma prática sexual comum para um homem é pegar seu pau em estado “meia-bomba” e batê-lo na bunda da mulher. 13. Homens sempre gritam