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Mostrando postagens de janeiro, 2012

Um causo da tia Rita

Vida longa à rainha do rock nacional, mesmo em sua aposentadoria! Ao ler sobre a prisão de tia Rita Lee, justamente em seu show de despedida, me veio à cabeça um causo contado por ela em uma apresentação no Recife, no Réveillon de 2005 para 2006. A história remetia ao final dos anos 60. Os Mutantes iriam fazer um show para estudantes, em algum festival universitário que mesclava música e política. Segundo Rita, José Dirceu (“novinho e lindo, todas queriam agarrá-lo naquela época”) iria discursar naquele dia, mas estava nervoso. Um pouco antes de o futuro ministro subir ao palco, ela teria lhe dado um LSD de presente. Passados alguns minutos, ele teria discursado bonito, encantado a multidão e apaixonado mais alguns dezenas de mocinhas da platéia. Corta para o século 21, já na madrugada do primeiro dia de 2006. Rita Lee lembra de algumas presepadas de Dirceu e arrebata: “Puta que o pariu. Desperdicei um ácido!”. E começa a cantar "Panis et circenses"... Vida longa à rainha!

O grito Wilhelm

A recém-lançada revista “ Samuel ” traz uma matéria publicada originalmente no site francês RUE89, sobre um uivo bizarro, usado por sonoplastas e produtores de filmes e desenhos desde os anos 50. Segundo o texto original, mais de 200 obras já usaram em algum momento esse material, que se tornou conhecido como “grito Wilhelm”. Eu ri muito ao ver e ouvir a uma compilação que foi feita no YouTube de vários registros do tal grito. Sim, ele é familiar, especialmente porque já foi usado em filmes e desenhos muito populares. Seu uso primeiramente se deu em um filme de 1951, chamado “Tambores distantes”, mas foi em outro, de 1953, chamado “Investida de bárbaros”, que um certo personagem Wilhelm soltou a goela ao ser atingido por uma flechada (veja abaixo). Segundo o texto reproduzido por “Samuel”, o arquivo da gravação do tal grito foi guardado sob a discrição “homem é morto por um jacaré e grita”. Nos anos 70, o tal arquivo foi redescoberto e usado em “Star Wars”. Desde então, não parou mais.

Ali, 70

Se tenho inveja por algo nesse mundo, uma parte desse sentimento está em relação àqueles que tiveram o privilégio de acompanhar, ao vivo, alguma luta do boxeador mais bacana de todos. Não sei avaliar se Cassius Marcellus Clay Jr ou Muhammad Ali foi o melhor da história, mas seu estilo, suas frases, seu talento e sua postura fora dos ringues fazem dele um dos poucos ídolos que tenho no esporte. Ali faz 70 anos hoje. Espero que aqueles que gostem dele reservem alguns minutos para reler trechos de “A luta” , de Norman Mailer, para ver alguns vídeos históricos de suas lutas no YouTube ou assistir mais uma vez a “Quando éramos reis”, sensacional documentário sobre o combate de 1974 entre Ali e Foreman. Sem mais delongas, seguem abaixo algumas de suas frases mais legais: - Eu não sou o maior. Sou duplamente o maior. Não só nocauteio meus oponentes, como escolho o round. - Já lutei contra um crocodilo. Já briguei com uma baleia! Algemei o relâmpago! Joguei o trovão dentro da cadeia! Vou te mo

Tarantino escolhe os melhores filmes de 2011

Em 2010, Quentin Tarantino escolheu (com boa dose de razão, segundo a modesta opinião deste blogueiro) "Toy Story 3" como o melhor filme do ano. Eis que surge a lista com seus melhores e piores de 2011. Confira abaixo (via " The Quentin Tarantino Archives "): Melhores de 2011: 1. Meia-Noite em Paris 2. Planeta dos Macacos: A Origem 3. O Homem que Mudou o Jogo 4. A Pele Que Habito 5. X-Men: Primeira Classe 6. Jovens Adultos 7. Ataque ao Prédio 8. Red State 9. Guerreiro 10. The Artist / Maluco Beleza (empatados) 11. Os Três Mosqueteiros Piores de 2011: Sucker Punch: Mundo Surreal Esposa Troféu Miral Sobrenatural Rampart Sob o Domínio do Mal Atividade Paranormal 3 Meek’s Cutoff Valeu a tentativa: Drive Hanna Fúria Sobre Rodas Gigantes de Aço Melhor Diretor: Pedro Almodovar Bennett Miller Woody Allen Jason Reitman Michel Hazanavicius Melhor Roteiro Original: Meia-Noite em Paris Jovens Adultos Red State Ataque ao Prédio Maluco Beleza Toda Forma de Amor Melhor Roteiro Ad

Chegamos ao século 20!!

Reproduzo abaixo alguns trechos de uma entrevista bacana com Marcelo Neri, pesquisador da FGV-RJ especialista em políticas de inclusão social. Imagino que em breve a íntegra estará no site da "Carta Capital". Veja aí: - Desde o lançamento do Plano Real (1994) até dezembro de 2010, a pobreza caiu 67% no país. - A renda dos 50% mais pobres cresceu 68%, entre 2000 e 2010. A dos 10% mais ricos cresceu 10%. - A renda em São Paulo, de 2000 a 2009, cresceu 7,2%. A renda do Nordeste cresceu 42%. No campo a renda cresceu 49% e nas metrópoles, 21%. Entre as mulheres aumentou 38% e entre os homens, 16%. Para os negros 43%, ante 21% para os brancos. - Ou seja, para todo mundo que é pobre cresceu a renda. O que é difícil para nós que não estamos na base percebermos. A gente olha e fala: a renda desse cara era de 300 reais, agora é de 500, mas o que mudou? Para o cara é uma revolução. - Quem era classe média tradicional, perdeu [...] A classe média tradicional não entrou na festa. - Não te

A Rede Social 2

E se fosse no Brasil, hein?

Donald Draper para presidente!

“Mad Men” é a novela dos sonhos daqueles que gostariam de ver um entretenimento realmente bacana no horário nobre da TV brasileira. Se eu fosse um diretor qualquer da Globo, exigiria que os autores dos folhetins da emissora entregassem suas obras com ao menos 20% da complexidade dos personagens da série, 40% de criatividade e pelo menos 50% de qualidade no texto. Há poucos dias terminei a terceira temporada da série (já houve a quarta; a quinta começará em março). Para quem não sabe do que se trata, vai abaixo um rápido resumo wikipediano: “‘Mad Men’ se passa nos anos 1960, na agência publicitária ficcional Sterling Cooper, localizada na Madison Avenue em Nova York. O protagonista da série é Donald Draper (Jon Hamm), diretor de criação na Sterling Cooper. Em torno dele aparecem os demais sócios e funcionários da agência, bem como sua família. Através das relações pessoais e profissionais de Draper, a série mostra as mudanças morais e sociais dos Estados Unidos na década de 1960”. Para

O modelo de "nerd bacana" da atualidade

Em tempos de popularidade de “Big Bang Theory”, tem sido comum discutir qual o modelo de nerd na atualidade. Seu perfil teria mudado muito ao longo, digamos, dos últimos 20 anos? O nerd agora pratica esportes e se dá bem com a mulherada? Ainda é um Bill Gates ou está cada vez mais para Steve Jobs? Já tinha ouvido falar do adolescente que vinha feito umas coisas doidas com o Iphone, incluindo vários tipos de desbloqueio e a tradução para o português de não-sei-exatamente-o-quê. Na “Folha” deste domingo saiu um depoimento do rapaz de 15 anos, chamado Pedro Franceschi. Mais do que qualquer impressão que eu tenha, vale a pena ler o que ele diz: Menino Prodígio Desde muito pequeno eu tive contato com tecnologia, principalmente com coisas da Apple, porque meu pai trabalhava com fotografia e ele tinha os computadores mais potentes da Apple. Acho que foi meio que o gosto pela simplicidade. Não é fácil você ter uma coisa simples e fácil. Com uns oito, nove anos eu comecei a procurar sobre como

Alguns dados que fizeram da Espanha uma potência no tênis

Quem pratica ou curte ver pela TV umas partidas de tênis deve ter tomado conhecimento, no segundo semestre de 2011, da parceria que a Confederação Brasileira de Tênis (CBT) e o Ministério do Esporte firmaram com o técnico Larri Passos e Guga Kuerten, pensando na formação de atletas para as Olimpíadas de 2016. Parece algo bacana, que pode ou não dar frutos. Inicialmente, 15 atletas promissores (entre homens e mulheres) foram selecionados para usufruir do convênio, que envolve cifras da ordem de R$ 2 milhões. À época do lançamento, ouvi que o projeto tem como inspiração a estratégia adotada pela Espanha nos anos 80, quando Barcelona foi escolhida para abrir os Jogos de 1992. Somente agora, com algum atraso, me deparei com alguns números e fatos que explicam o sucesso de Nadal e seus compatriotas. Vamos a eles, a partir de um texto formulado pelo ótimo blogueiro José Nilton Dalcim : - Nos últimos 20 anos, o tênis espanhol produziu um número 1 do mundo a cada cinco anos: Arancha Sánchez Vi

Por que Serra é tão detestado

Reproduzo aqui este texto pela capacidade do autor em reunir, em poucos parágrafos, uma resposta que há meses tento compartilhar com os amigos que não são muito afeitos à política. O autor é o jornalista Paulo Nogueira, que mantém o blog "Diário do Centro do Mundo". Por que Serra é tão detestado? Me chamou a atenção a alegria com que muita gente recebeu as controvertidas denúncias contra Serra no livro A Privataria Tucana. Me parece que para muitos a principal virtude do livro consiste em atacar Serra. É irônico vê-lo no papel de privatizador, ele que sempre pareceu contrariado com as privatizações e que jamais se identificou com o ideário neoliberal. Serra é o clássico ‘dirigista’, alguém que acha que o país deve ser guiado de cima para baixo por um Estado forte. Há, aí, uma comunhão de idéias entre ele e o que foi o mais esclarecido presidente nos anos militares, Ernesto Geisel. Os jornalistas não gostam de Serra por um motivo óbvio: se puder, ele liga para os donos para t