Pular para o conteúdo principal

Postagens

Mostrando postagens de novembro, 2009

Esgoto nas páginas da Folha

O texto abaixo é a melhor síntese que li nos últimos tempos sobre o papel vergonhoso que a Folha de S.Paulo vem se propondo a fazer nos últimos meses (ou anos, dependendo do enfoque). Copio-o do blog de seu autor, o jornalista Rodrigo Vianna - e, obviamente, recomendo também a leitura dos outros textos de sua página, muito bem batizada com o nome de "Escrevinhador". Rodrigo se vale do recente "escândalo" produzido nas páginas do jornal, no qual Lula virou estuprador. Depois de chamar a ditadura de "ditabranda", de publicar uma ficha policial comprovadamente falsa de Dilma Rousseff e de seguir escondendo o apoio (inclusive logístico) dado aos militares, a Folha apelou de vez, bateu abaixo da cintura, perdeu completamente os limites ao publicar um artigo com tamanha desfaçatez. O texto é longo, mas merece ser lido e relido. É só clicar aqui.

Ah, então essa é a "Patches"!

Sempre gostei de "Marvin", dos Titãs. Um dia, ainda pirralho, vi que nos discos da banda, ao lado do título dessa canção, sempre havia um parênteses com o nome de "Patches". Sem internet na época, demorou pra eu saber que se tratava de uma versão. E demorou mais ainda pra ouvir a original. Pois bem: são duas as gravações conhecidas de "Patches". As duas gravações são dos anos 70. A primeira foi feita por um grupo chamado Chairmen of the Board ; a segunda por Clarence Carter, um negão cego com uma puta voz. Como até mesmo poucos de meus amigos que manjam de música já puderam ouvir alguma delas, segue abaixo minha preferida: E a letra também: I was born and raised down in Alabama On a farm way back up in the woods I was so ragged that folks used to call me Patches Papa used to tease me about it 'Cause deep down inside he was hurt 'Cause he'd done all he could My papa was a great old man I can see him with a shovel in his hands, see Education he

"Don't sto..."

Quando li o post anterior, sobre "Top Model", algo bem estúpido veio à cabeça: por que raios escrevi um texto desse tamanho se a ideia inicial era só fazer uma referência à novela? A resposta foi um clarão, um deserto, um vazio medonho. Não é a primeira vez que isso acontece, mas xapralá. No ônibus, voltando de uma entrevista, lembrei o que motivara o texto anterior. Como explicar sem parecer uma viagem daquelas bem nada a ver? Bem... revi semana passada o último episódio de "Sopranos" (no Brasil, "Família Soprano") e achei engraçado lembrar qual foi minha reação, há uns quatro meses, quando finalmente cheguei ao final da série. Queixo caído, estupefação, hipnose, um pouco de desespero, olhos arregalados, enfim... qualquer sinônimo que o valha. E o que isso tem a ver com "Top Model"? A relação instantânea aconteceu porque desde a tal novela eu não me lembrava de qualquer final de série, programa televisivo, final de campeonato ou atração midiátic

"Tudo vai passar, você vai veeeeeer"

Corria o final do ano de 1989 e toda a primeira metade de 1990. Collor havia sido eleito, o muro já havia caído, a Copa do Mundo na Itália estava chegando... mas, durante o início das noites entre segunda-feira até sábado, era impossível achar nas ruas da Vila Sônia algum amiguinho ou amiguinha pra brincar. Provavelmente era um fenômeno nacional, já que entre setembro de 89 e maio de 90 a Globo levava ao ar seis vezes por semana "Top Model", novela-símbolo da molecadinha da minha geração, ao lado de "Carrossel". Rolava uma espécie de código de ética durante aqueles meses: todos sabiam que até mesmo os fortões da rua ou do colégio assistiam à novela, mas pobre daquele que admitisse isso. "Top Model" era coisa de mulherzinha, assunto que só as meninas poderiam conversar no dia seguinte. Com "Carrossel", poucos anos depois, aconteceria algo parecido, mas com a diferença de que as travessuras de Jaime Palilo e as malvadezas de Maria Joaquina eram coi

"O provocador"

E eis que o velho Fabio Bertolozzi, colega dos tempos de faculdade, manda um e-mail chamando a atenção para o novo blog do R7: "O provocador" , alimentado desde o último domingo pelo velho conhecido Marco Antônio Araújo, professor de Jornalismo Opinativo no segundo ano da Cásper Líbero e protagonista da maior celeuma estudantil já vista no prédio de número 900 da Avenida Paulista - a celeuma em si pode ser tema de outro texto. Goste-se ou não do homem, o título do blog vem bem a calhar. Suas opiniões e seu comportamento como professor ou coordenador do curso de Jornalismo sempre tinham um caráter à la Fla-Flu entre os alunos. E, por seu estilo nunca ter-me despertado qualquer tipo de fascínio ou curiosidade, seus textos sempre passaram despercebidos. Pois bem: li os oito posts publicados até o momento no novo blog e gostei bastante de todos, mesmo quando discordo completamente de seu ponto de vista. Não sei se é pelo ateísmo, pelas preferências políticas canhotas ou simplesme

Faça humor, não faça guerra

Diz a filosofia popular que o futebol é a coisa mais importante entre as menos importantes da vida. Sem querer parar mais de dez segundos pra pensar nisso, concordo e pronto. Mas pensando nessa bela máxima e no jornalismo brasileiro (ou paulista, pra ser mais específico), há tempos eu me sentia incomodado com a pompa exagerada ou a tosquice desprovida de qualquer bom senso dos programas esportivos disponíveis nas emissoras de TV abertas e por assinatura. Se em canais como a Gazeta, a RedeTV e a Bandeirantes imperam o assassinato da língua portuguesa, o bairrismo, preconceitos da década de 40 e o merchan completamente fora de lugar, nas principais opções da TV paga (ESPN e SporTV) o que se vê todas as semanas são uma pompa e um pedantismo lamentáveis. "Estarão discutindo as raízes do preconceito racial no Brasil ou possíveis soluções para a cura do câncer?", perguntaria o zapeador desacostumado aos debates extramente sérios sobre a porrada do Obina ou a suspensão do Dagoberto.

A culpa é do twitter!

Sim, José Saramago estava certo: cento e quarenta caracteres é a prova de que o ser humano caminha para o grunhido. E de grunhidos quero distância - basta minha quase-língua presa e meus diálogos indecifráveis comigo mesmo durante o sono. Pensei que me contentaria apenas twittando, mas eis que, tal qual um Jason (ah!, como o hepta está perto...), um Rocky Balboa, um Forrest Griffin (ando vendo mais lutas de UFC do que deveria...) ou o amor de Florentino Ariza por Fermina Daza, este blog continua firme e teimando em manter seus quatro ou cinco leitores. Na última pausa, Já reparou? permaneceu desatualizado por quase um ano. Agora o intervalo foi de um pouco mais de dois meses. Desta vez a empapuçada foi mais curta.