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Mostrando postagens de agosto, 2010

Soberano!

O filme estreia só dia 16 de setembro, mas já é possível ver o trailer. Todo são-paulino vivo tem que dar um jeito de assisti-lo. A fase atual é ruim, mas nossa história é superior à de qualquer adversário, seja em âmbito nacional ou internacional. Em alguns casos, é até covardia fazer certas comparações...

E quando ele(a) decidir o que será quando crescer?

Desde que passei a considerar seriamente a ideia de ser pai, volta-e-meia me pego preocupado com a educação do(a) futuro(a) herdeiro(a) – já escrevi sobre isso por aqui, quando escrevi sobre a dificuldade de se escolher uma escolinha para os primeiros anos de vida de uma criança. Volto ao tema, mas já pensando mais à frente, na época em que precisar dar algum tipo de "orientação vocacional" ao moleque-bom-de-bola ou à menina-linda-do-papai. Quase todos os jornalistas que conheço sempre falam que a sugestão deve caminhar para a área de exatas; alguns amigos da área de exatas sugerem profissões mais criativas. No frigir dos ovos, poucos são (ou estão) realmente satisfeitos com seus trabalhos, mas no final das contas a ideia de direcionar a profissão de um filho me parece tão ultrapassada quanto certos conceitos que ainda temos sobre a hora certa para buscar um primeiro emprego. As próximas décadas vão mostrar qual rumo o Brasil tomará, mas percebo que a maioria das pessoas de m

A ignorância de Sayad não pode comprometer a TV Cultura

Susto. Estarrecimento. Tristeza. Revolta. Há uma lista muito maior de adjetivos que podem descrever o que milhares de internautas sentiram ao tomar conhecimento da ignorância do novo presidente da TV Cultura, João Sayad, em relação a um dos maiores personagens da música e da cultura do país nas últimas décadas: Fernando Faro. Vale a pena reproduzir aqui a cena ocorrida nesta semana na sede da TV Cultura, conforme publicado pelo jornalista Luis Nassif, em seu blog: Em reunião ontem, na TV Cultura, com o pessoal da área de musicais, João Sayad afirmou que o programa “Ensaio” – o mais importante programa de música da história da televisão brasileira – está ultrapassado e será revisto, porque ele não gosta e o modelo é de quarenta anos atrás. Um dos funcionários rebateu: - O senhor é um economista, acostumado com calculadoras e planilhas. Nós aqui dos musicais estamos acostumados com sonhos, música e sentimentos. E a gente se espelha não em números, mas nesse senhor aqui do lado, que se c

Sobre livros e a curiosidade

Reproduzo aqui texto do chapa André Toso, publicado originalmente no "Sete doses". Jornalista de mão cheia e futuro psicanalista, o rapaz atualmente só tem o defeito de ter se tornado um completo desleixado nas práticas desportivas - mal que afeta grande parte daqueles que fazem da escrevinhação seu ofício, infelizmente. André Toso é o cara que me apresentou às canções de "Guinga" - e só por isso ele merecerá meu respeito e gratidão até os 48 minutos do segundo tempo da minha existência. Mas, além disso, ele é o cara com o qual meus temores, opiniões, indagações, indignações e esperanças sobre educação mais se aproximam. Eis por que seu texto segue abaixo: Sobre livros e a curiosidade Revoltei-me de vez com a escola durante o segundo colegial. Era quarta-feira, estudava no Objetivo, em Jundiaí, resolvi deixar a aula de física de lado e ir para a biblioteca. Estava sentado na mesa, quieto, lendo “Crime e Castigo”, de Fiodor Dostoiévski (1821-1881), quando a inspeto

Diferenças # 4

Texto de Carlos França, publicado originalmente no blog do Luis Nassif, toca num tema interessante do último debate presidencial, quando Serra criticou a política do governo Lula em relação às Apaes. Leia aí: "Sendo pai de uma menina especial, portadora da Síndrome de Down, senti asco e nojo do candidato Serra no debate. Esse candidato tentou explorar dúvidas de pais e amigos (quase toda a população) de pessoas especiais de como seria a melhor forma de educar esses cidadãos. A política de inclusão, do governo Lula, das pessoas especiais nas escolas públicas é correta: todos os brasileiros tem o direito à educação fornecida pelo estado. Às APAES não cabe a educação formal mas complementar. Esse candidato, que espero que suma da vida pública, apenas lançou dúvidas, divulgou preconceitos e maledicências contra a inclusão de pessoas especiais na sociedade. Se antes eu apenas o desprezava, agora eu o combaterei. O meu mais veemente repúdio a esse candidato e à utilização eleitoreira

"Uma noite em 67" foca geração musical que virou tudo de ponta cabeça

“É naquele momento que o Tropicalismo explode, a MPB racha, Caetano e Gil se tornam ídolos instantâneos, e se confrontam as diversas correntes musicais e políticas da época”. A frase de Nelson Motta resume bem o que foi a noite de 21 de outubro de 1967, data em que se realizou o 3º Festival de Música Popular Brasileira da TV Record. “Uma noite em 67”, por sua vez, além de documentar os bastidores dessa data histórica, tenta explicar o que se passou daquela noite em diante na história da música no país. O documentário de Renato Terra e Ricardo Calil é simples no formato e vai direto ao que se propõe, ao intercalar cenas de arquivo daquela noite e entrevistas gravadas depois de quatro décadas com alguns de seus protagonistas. Boa parte das imagens faz parte do repertório daqueles que se interessam por MPB, como a de Sergio Ricardo quebrando seu violão e Caetano e Chico Buarque cantando “Roda viva” com os rapazes do MPB-4, mas seus diretores acertam em cheio ao selecionar, por exemplo, as

Amor perto dos trilhos

“Quantos anos você me dá?”, pergunta a jovem senhora, na entrada do metrô. Antes da resposta, seu paquera lhe tasca um beijo tímido, provavelmente para fugir da enrascada. Entro na estação Liberdade. Passo a catraca. Do alto da escada rolante, vejo um casal jovem dando uns amassos perto de uma pilastra. Passo perto dos dois de propósito. Eles seguem bem próximos, mas não tão colados quanto antes. “Vamos nos ver de novo esta semana?”, ela pergunta. Já na plataforma, outro casal. Ela parece brava. Nem me arrisco a chegar perto. Dedo em riste. O rapaz está cabisbaixo, sem esboçar qualquer reação. Quando o trem chega, ele se desvencilha da moça e tenta embarcar, mas ela o segura. Abraçam-se.

Tostão, um alento na crítica esportiva

Não é de hoje que Tostão capricha em seus textos como comentarista esportivo. Seu texto deste domingo, no entanto, é a prova de que é, sim, possível escrever de forma inteligente e abrangente mesmo quando o assunto em questão é futebol. Destaco trecho sobre a "peste" de Freud. Deleite-se: Reaprender a sonhar Os garotos Ganso e Neymar são as esperanças do futebol brasileiro nos próximos anos Certa vez, li que os códigos de comportamento de uma sociedade costumam durar umas três gerações. As coisas, mesmo as que não gostamos, ficam impregnadas em nosso inconsciente, em nossa alma. No século passado, quando as ideias de Freud, um cientista da alma, espalhavam-se pelo mundo, os americanos, que querem ser sempre os melhores e os primeiros em tudo, convidaram o médico austríaco para uma série de palestras nos grandes centros científicos dos EUA. Durante a viagem, Freud disse a Carl Jung, então seu amigo e discípulo: “Vou levar a peste aos americanos”. Os americanos escutaram o