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Mostrando postagens de outubro, 2008

Polêmica à vista

A Rolling Stone deste mês propõe sua lista dos 100 maiores artistas brasileiros de todos os tempos. Não li a reportagem completa, mas a relação dos 10 primeiros é a seguinte: 1. Tom Jobim 2. João Gilberto 3. Chico Buarque 4. Caetano Veloso 5. Jorge Ben Jor 6. Roberto Carlos 7. Noel Rosa 8. Cartola 9. Tim Maia 10. Gilberto Gil Apesar de a revista não ter pegado no breu em sua versão brasileira, imagino que venha polêmica por aí devido a seu público bem heterogêneo. Uma edição recente tinha os caras do NX Zero na capa como vieram ao mundo. Os poucos leitores da revista que conheço fazem parte de uma turma que torce o nariz pra qualquer coisa que remeta à MPB. Mas mesmo entre os leitores que gostam e conhecem um pouco de música boa, sempre vão ter os que discordam de alguma posição, os que vão comparar pela enésima vez Chico com Caetano, os que vão dizer que o Robertão é uma bosta, que o Gil só sabe fazer falsetes, que o Ben Jor só canta "teteteteretetereterete" etc etc etc. De

Boa descoberta

Fuçando por aí em alguns sites, eis que descobri um blog bem bacana: o Futepoca, abreviação para "Futebol, política e cachaça". A página é tocada por um grupo de oito jornalistas e alguns colaboradores. Os caras se definem assim: "O Futepoca - Futebol, Política e Cachaça tem o nobre objetivo de unir esses três temas que, na prática, já fazem parte de qualquer discussão de boteco no Brasil. Ou seja, apenas ampliamos o alcance do balcão. A idéia é basicamente jogar conversa fora, mas com focos definidos. Fiquem à vontade para colaborar. Afinal, futebol e política, ao contrário do que alguns dizem, se discutem sim. Quanto à cachaça, sempre é melhor bebê-la." "Do ponto de vista da cachaça, na mesa do bar, há mais cerveja do que o destilado de cana. Na política, sem tanta homogeneidade, todos pendem para a esquerda. No quesito futebol, é preciso conhecer os autores para avaliar quem está de que lado". Enfim, não faltam textos bacanas por lá. Vale a visita: ht

Releituras

Fuçando no meu antigo blog , achei um texto do Rubem Alves BEM legal. Aí vai: Tênis x frescobol Depois de muito meditar sobre o assunto concluí que os casamentos são de dois tipos: há os casamentos do tipo tênis e há os casamentos do tipo frescobol. Os casamentos do tipo tênis são uma fonte de raiva e ressentimentos e terminam sempre mal. Os casamentos do tipo frescobol são uma fonte de alegria e têm a chance de ter vida longa. Explico-me. Para começar, uma afirmação de Nietzsche, com a qual concordo inteiramente. Dizia ele: ‘Ao pensar sobre a possibilidade do casamento cada um deveria se fazer a seguinte pergunta: ‘Você crê que seria capaz de conversar com prazer com esta pessoa até a sua velhice?\' Tudo o mais no casamento é transitório, mas as relações que desafiam o tempo são aquelas construídas sobre a arte de conversar.’ Xerazade sabia disso. Sabia que os casamentos baseados nos prazeres da cama são sempre decapitados pela manhã, terminam em separação, pois os prazeres do sex

A eleição de São Paulo em um parágrafo

"São Paulo era contra Getúlio Vargas e a favor da oligarquia. Apoiou o populismo de Adhemar de Barros e inventou Jânio Quadros para a política. Vociferou contra Juscelino Kubitschek. Com as Marchas com Deus pela Família, preparou e apoiou o golpe militar de 1964. Revelou Maluf. Na eleição municipal de 1985, elegeu Jânio contra Fernando Henrique. Na primeira direta para presidente, elegeu clamorosamente Fernando Collor. FHC contra Lula? FHC duas vezes. Maluf contra Eduardo Suplicy? Maluf. Pitta contra Erundina? Pitta. Serra contra Lula? Serra. Alckmin contra Lula? Geraldinho. Serra contra Marta? Serra. Kassab contra Marta? Kassab... Quando Erundina venceu em 1988, não havia segundo turno. Em 2000, o eleitor correu para Marta só porque tinha se cansado da impagável dupla Maluf-Pitta. Exceções que confirmam a regra". Nirlando Beirão, na CartaCapital

Momento histórico

Em 1994, o então governador do RJ, Leonel Brizola, travava mais uma de suas batalhas contra a Globo. Naquele ano, no entanto, uma decisão judicial permitiu que ele tivesse um direito de resposta contra a emissora, em pleno Jornal Nacional. O resultado está aí embaixo:

Vida dura

O cara aí ao lado se chama Fergal Murray. Ele é irlandês e tem um dos melhores empregos do mundo: mestre-cervejeiro. Mas não é um mero mestre-cervejeiro, pois trabalha pra Guinness. Ele está no Brasil pela primeira vez e falou um pouco de seu trabalho numa entrevista bacana para o Guia da Folha. Saúde: Dos milhares de bares que o sr. já visitou ao longo de seu trabalho, quais foram os mais curiosos? Em 25 anos como mestre-cervejeiro da Guinness, já visitei mais de 10 mil pubs em mais de 150 países. Alguns dos mais interessantes, em termos de diferença de culturas, visitei em Cingapura e em Hong Kong. O que o sr. acha dos bares paulistanos? As cervejas são servidas de maneira apropriada? Gostei muito dos bares que visitei aqui em São Paulo. Visitei alguns pubs para avaliar o "perfect serve" da Guinness e o ambiente, além de alguns bares do estilo "boteco". Os donos dos bares são simpáticos e rigorosos com o bom serviço. Os pints [copos apropriados para servir a cerve

Futebol e diversão

Sábado no Parque Villa Lobos. Após uma corridinha sem-vergonha, encontro um bom motivo pra parar com o malogrado exercício e fazer algo mais interessante. Percebo uma algazarra entre as árvores. Sim, algazarra das grandes. Olho com mais atenção e vejo que se trata de um punhado de crianças jogando futebol. A gritaria fica por conta de seus pais, tias, babás e cia. Chego perto do campinho, montado em um dos gramados do parque. Não é um mero bate-bola improvisado. Há um campinho montado, com fitas demarcando seus limites e dois golzinhos à la futebol na praia. Cinco guris pra cada lado, com mais ou menos 5-7 anos de idade, quase todos da mesma altura. Dois instrutores orientam a rapaziadinha. Fazia tempo que eu não via guris dessa idade jogando futebol. À primeira olhada, a sensação que bate é a nostalgia da época em que disputar partidas assim era algo intensamente disputado, cada jogada era épica. Eram tempos em que olhar os adultos jogar servia de lição sobre como se comportar com a b

Casagrande de volta

Fiquei bem feliz quando li a reportagem abaixo, publicada no Terra, e resolvi postá-la por aqui. Além de Casagrande ser um bom comentarista esportivo, sempre fui com a cara dele, questão de empatia mesmo. E, associando sua imagem ao futebol e à nostalgia, Casão é responsável por uma de minhas primeiras e boas lembranças futebolísticas. Apesar de sua ligação incontestável com o Corinthians, lembro muito bem de um São Paulo 4 x 1 Santos, no qual ele marcou dois gols pelo Tricolor, em sua curta passagem por empréstimo pelos lados do Morumbi. Obs: Leia a reportagem até o final e será recompensado com uma bela tirada humorística do Casão. Casagrande: "Não achava que era doença" Um ano após ser internado, contra a vontade, em uma clínica para dependentes químicos em São Paulo, Walter Casagrande Júnior voltou a aparecer em público na última quinta-feira e fez um relato sincero e emocionado de sua luta contra as drogas em entrevista a um programa da TV Globo, que irá ao ar já na madr

André estava certo...

Meu chapa André Toso fez um texto no mês passado espinafrando "Os Desafinados". Demorei pra assistir ao filme e tinha a otimista expectativa de que o amigo jornalista tivesse exagerado na tinta. Não exagerou. Reli o texto hoje e ri bastante de sua acidez. Assino embaixo, com um único adendo: a atuação de Jair Oliveira (de quem até gosto como músico, talvez pela nostalgia do Balão Mágico, talvez por admirar seu pai) chega a ser engraçada, de tão ruim. Sem mais a dizer, reproduzo aqui o texto do André: É louvável que um diretor consiga realizar um filme tão ruim quanto “Os Desafinados”. Principalmente quando aborda uma das histórias mais fascinantes da cultura brasileira. É ainda mais louvável conseguir tratar de temas como bossa nova, cinema novo e ditadura de maneira tão rasa e desnorteada. A miscelânea do roteiro é tão absurda que mistura eventos como o histórico show do Carnegie Hall, em Nova York, nos anos 60, com o sumiço do pianista brasileiro Tenório Jr. na Argentina, e

Flor da idade

Faz uns três dias que ouço de forma insistente a mesma música. E quero ouvir mais vezes. Talvez escrevendo sobre ela isso passe. Nunca fui muito fã de Drummond e continuo não sendo, apesar de, obviamente, reconhecê-lo como um dos maiores poetas da nossa língua. É questão de gosto mesmo, estilo, talvez ignorância, sei lá... Fico mais com João Cabral e Vinícius. As frases "enrolatórias" (ou o chamado nariz-de-cera jornalístico) antecedem, mais uma vez, um texto sobre Chico, o Buarque de Hollanda. Explico mais abaixo: Semana retrasada fui rever o show da Mônica Salmaso, a respeito do qual já escrevi por aqui no ano passado. Muito bom de novo (talvez até melhor, mas não é sobre isso o texto) e com uma novidade: além das 14 músicas do disco sobre a obra do Chico, ela emendou também "Flor da idade", composta em 1973 e, até onde eu saiba, só registrada no show dele com a Bethânia, de 1975. O que sempre chama a atenção de quem ouve a música é a óbvia homenagem, referência o