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Mostrando postagens de maio, 2012

Tiririca, um deputado

Desde a época em que Tiririca foi eleito deputado federal, em 2010, muito me incomodavam as críticas que parte do eleitorado fazia ao resultado fabuloso que o palhaço obteve. Seria ótimo ver um Congresso lotado de figuras preparadas e atuantes como Aldo Rebelo e Luiza Erundina (para citar dois que já mereceram meu voto), mas a verdade é que o intérprete de "Florentina" não fica devendo nada a pelo menos 60% de seus colegas de Câmara Federal.  Feito o parágrafo enrolatório, seleciono aqui alguns trechos do texto e de frases ditas por Tiririca em um perfil bem bacana publicado pela revista "piauí". Para ler a íntegra do texto (está bacana mesmo, insisto!), clique aqui. “Não levo o menor jeito para a coisa. Já entendi como funciona, não sou bobo, mas não gosto desse jogo de interesses. Certos caras brigam na frente das câmeras e depois se abraçam. Eu não consigo ser falso assim. E aqui a sinceridade não é muito bem-vinda”. “É difícil passar o dia inteiro trancad

Wagner Moura, Legião Urbana e um bocado de inveja

O cara é politizado, ganha suspiros do mulherio por onde passa, protagonizou o filme de maior bilheteria da história do cinema nacional (cuja atuação gerou um debate importantíssimo sobre segurança pública no país), encarou interpretar “Hamlet” no teatro, é um dos símbolos da nova dramaturgia brasileira e, entre otras cositas más , alcançou um patamar que lhe permite escolher quais trabalhos quer colocar em prática e o que é descartável para sua carreira. Por conta de tais atributos, Wagner Moura se tornou um sujeito de admiração quase unânime no Brasil. Essa imagem só veio a ser arranhada recentemente, quando houve o anúncio de que ele encararia subir aos palcos como cantor para um tributo à Legião Urbana, ao lado dos parceiros de Renato Russo na banda. Fãs da Legião colocaram todos os pés atrás possíveis. Renato Russo, para os admiradores mais xiitas da banda, é quase um messias, alguém insubstituível. Sendo assim, Capitão Nascimento algum teria envergadura moral para assumir o

Pelé, Roberto Carlos e Chico Anysio no mesmo palco

Sim, isso já aconteceu. O ano: 1972. A ocasião: o programa de maior destaque na TV brasileira naqueles idos: o de Flávio Cavalcanti. O relato desse momento inusitado está em um livro estranho: “Um instante, maestro!”, de Léa Penteado. “Estranho” porque não se trata de uma biografia pura e simplesmente ruim, mas sim de um texto elaborado por alguém que vê no antigo apresentador uma espécie de pai sem qualquer defeito; uma autora que, por ter sido tão próxima de seu personagem, se mostra incapaz de manter o distanciamento mínimo para escrever sobre um nome fundamental da história da TV no Brasil. Segundo a autora, que foi por mais de uma década secretária particular do apresentador, Pelé, Roberto Carlos e Chico Anysio eram as personalidades mais importantes do Brasil em 1972. Em maio daquele ano, numa espécie de sofá da Hebe, os três foram convidados a passar por uma situação inusitada, cujo registro em vídeo infelizmente se perdeu. Segundo a autora, no “encontro criativo” Pelé cantou,

A bomba-relógio do jornalismo

Esta semana tem bombado uma discussão sobre a desgraça que se tornou, para a maioria dos profissionais de jornalismo, seu cotidiano de trabalho. Abaixo, reproduzo um texto que demonstra de forma muito consistente por que há muitos motivos para preocuação. Destaco alguns pontos: - Os profissionais são cada vez mais jovens; - As faculdades tradicionais são cada vez menos procuradas - a formação, portanto, tem sido pior; - Profissionais cada vez mais subservientes e temerosos pela perda do emprego; - Uma absurda informalidade nas relações trabalhistas; - A desvalorização dos profissionais, em comparação a outros ramos de atividade com formação superior. De fato, tem sido cada vez mais raro achar alguém com mais de 50 anos que exerça exclusivamente a profissão de jornalista. Poucos são os que aguentam o tranco de décadas em redações ou assessorias de imprensa. Mulheres, em especial, se veem diante do dilema de ter filhos e colocar em risco sua ascensão profissional, em um mercado em que d

Dilma e os bancos: a comemoração e o temor

No Dia do Trabalhador, não houve brasileiro assalariado ou pequeno empresário que tenha ficado indiferente ao pronunciamento da presidenta Dilma na noite de ontem. Com seu estilo duro e meio sem jeito, falou aquilo que todo cidadão minimamente incomodado com os lucros dos bancos no país gostaria de dizer, ao “chamá-los na chincha” e cobrar sua parte no esforço para o desenvolvimento do país. “É inadmissível que o Brasil, que tem um dos sistemas financeiros mais sólidos e lucrativos, continue com um dos juros mais altos do mundo. Esses valores não podem continuar tão alto. O Brasil de hoje não justifica isso”, afirmou a presidenta. “Os bancos não podem continuar cobrando os mesmo juros para empresas e para o consumidor enquanto a Taxa Básica Selic cai, a economia se mantém estável, e a maioria esmagadora dos brasileiros honra com presteza e honestidade os seus compromissos. O setor financeiro, portanto, não tem como explicar essa lógica perversa aos brasileiros. A Selic baixa, a infl