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Mostrando postagens de novembro, 2008

Atraso

CTRL C + CTRL V de um texto da Folha deste domingo, assinado por Marcelo Leite: Criacionismo no Mackenzie O Instituto Presbiteriano Mackenzie abrange uma universidade e uma escola das mais tradicionais de São Paulo. Só na unidade paulistana do colégio há mais de 1.800 alunos. Seu campus no quarteirão ladeado pela avenida da Consolação e pela rua Maria Antônia é um ponto de referência na cidade. Talvez poucos se dêem conta de que se trata de um estabelecimento confessional de ensino. Isso está bem explícito no nome da instituição, porém. Agora o Colégio Mackenzie é também, oficialmente, criacionista. Criacionismo é a doutrina segundo a qual Deus criou o mundo com todas as espécies que existem hoje. Isso contradiz a explicação darwinista para a diversidade biológica, fruto da evolução por seleção natural. Inúmeras observações comprovam postulados centrais do darwinismo, como a ascendência comum (todas as espécies provêm de um ancestral único). O fato de o DNA ser a molécula da hereditar

Outra música - de novo

Ainda para aaquela série de músicas do CD em inglês do Renato Russo, fui atrás de versões no Youtube para "If tomorrow never comes", composta pelo Garth Brooks. Fiquei impressionado com a quantidade de versões que apareceram, em especial de anônimos que pegam o violão, se colocam em frente a uma câmera e depois se deixam ver pelo mundo afora. Abaixo, um desses caras, que assina simplesmente como "gmhoward":

Ah, a graça feminina...

Tenho procurado evitar falar de futebol por aqui, pois tenho concentrado minha soberba são-paulina em conversas nas quais posso colocar em prática sorrisos sarcásticos e manifestações de inalcançável superioridade. Mas abrirei uma exceção: o motivo é nobre e não tem nada a ver com o hexa. Eu já havia visto a charmosa Leah em ação. Trata-se de uma promissora lateral-esquerda do futebol feminino brasileiro que ficou em evidência por seu modo nada convencional de cobrar arremessos de lateral. Se não me engano, a Globo já havia feito uma reportagem com a moçoila. E não é que há alguns dias, durante o Mundial Sub-20, nossa seleção marcou um gol após uma dessas cobranças esquisitas, ao estilo Daiane dos Santos? Melhor do que qualquer descrição é ver o lance. E rever, rever, rever...

Ingênuo, romântico ou simplesmente vacilão?

História ouvida agora há pouco, no trabalho. O protagonista é amigo do marido do cunhado do vizinho do primo do tio do pai da cunhada da sogra... O Fulano da história, sujeito de classe média alta, chama para sair uma moça na qual está interessadíssimo. Para impressioná-la, decide jantar com a dita-cuja num puta restaurante. À mesa, ele repara que os pratos custam em torno de R$ 600,00 (sim, você leu direito!) Tudo bem, para tais gastos ele estava preparado. O rapaz pede então a carta de vinhos. E ai começam pra valer os problemas... Segundo o moço, em restaurantes desse quilate a carta de vinhos não possui os preços de cada garrafa. Minimamente precavido, Fulano resolve fugir dos Romanée-Conti, conhecidos pelo preço na casa dos milhares de dólares a garrafa. Doce ilusão... Jantar gostoso, bebida maravilhosa, planos diversos para o resto da noite... tudo perfeito até vir a conta. Assustado, o cavalheiro chama o garçom e diz que há algo errado, condição negada pelo funcionário. Ele, ent

Então, tá!

A Folha de S.Paulo publicou neste domingo um caderno especial sobre racismo no Brasil. Em sua última página, foi publicada uma pesquisa na qual os entrevistados atribuíram a 11 personalides brasileiras determinada cor de pele, entre as opções branca, parda e preta. Entre as 11 figuras públicas, dois políticos: Fernando Henrique e Lula. Ambos, na minha modesta opinião, pardos. Mas não para 70% dos brasileiros ouvidos, que consideram FHC branco, contra 45% que vêem no atual presidente a mesma cor. FHC, aquele que disse certa vez "mulatinho", por "ter um pé na cozinha", é visto por 17% como pardo, contra 42% que vêem Lula dessa forma. O antropólogo Antônio Risério, ouvido pela reportagem, tem uma possível resposta para os números: "FHC apareceu como mais branco do que o Lula. Mas o FHC é branco? Ele é um mulato. Se as pessoas não soubessem que se tratava de FHC, provavelmente, julgando apenas pela cor da pele, diriam que se tratava de um mulato. Mas como é o FHC,

Outra música

Desta vez, uma do Dylan, ainda seguindo a lista das músicas gravadas pelo Renato Russo: "If you see her, say hello". Na gravação do então vocalista da Legião, todos os artigos e pronomes femininos foram trocados por masculinos - a começar pelo "her" do título - por questões já conhecidas. Em comum, além de belas canções, as faixas escolhidas para o disco do Renato Russo também têm em comum belas letras. Vale a pena uma googlada rápida pra conferir.

Uma música

Depois de muito tempo, ontem me peguei ouvindo o "Stonewall Celebration Concert", disco de 1994 do Renato Russo, só com canções em inglês. Sempre gostei de suas interpretações das 21 músicas (que vão de Madonna a Dylan, de Irving Berlin a Bernstein e Quincy Jones), mas só agora fui me dar conta de que, entre as interpretações originais ou mais famosas, ouvi pouquíssimas. Conforme for fazendo isso, irei colocando as mais bacanas por aqui. Pra começar, escolhi "I get along without you very well", de Hoagy Carmichael, já gravada por gargantas do quilate de Billie Holiday. A interpretação abaixo é de Ninna Simone:

I fell fine

R.E.M. em São Paulo. Longe dos Estados Unidos na semana em que Obama foi eleito presidente (com o óbvio apoio do vocalista Michael Stipe, que antecipou seu voto antes da viagem), a banda fez questão de se referir ao novo presidente de maneira entusiástica nos intervalos entre uma música e outra. A platéia adorava. Mas foi no refrão de "It's the end of the world as we know it" que os caras deram o tom definitivo da atual fase política norte-americana. OK, é cedo, precoce, prematuro dizer que o é o fim desse mundo atual como o que conhecemos e vemos há décadas, mas a simbologia da vitória de Obama, justamente após o governo fascista de Bush e no meio de uma crise financeira causada por quem manda no planeta há séculos, traz um inevitável otimismo àqueles que são ao menos um pouquinho progressistas, que ainda crêem que a política é, sim, um dos meios pelos quais a sociedade pode ser menos desigual, mais pacífica, simplesmente melhor do que é hoje. Ao invés de quase sussurrar

Mais uma do Rubem Alves

Uma bela e rápida crônica pra alegrar o dia... O flautista Fortaleza . Eu ia fazer uma fala. Aí me disseram que antes haveria um pequeno concerto de uma orquestra de flautas de crianças pobres: sorriso no rosto, camiseta abóbora, flautinhas na mão. O regente era um mocinho magro. Ao final, o Marcelo - esse era o seu nome - me convidou a visitar a orquestrinha na cidade de Aquiraz, bairro Tapera, a uma hora de Fortaleza. O concerto seria numa chácara, à noite. Mangueiras enormes, céu estrelado. Tocaram a sua alegria. Aí o Marcelo se juntou conosco. Pedimos que contasse sua história. Família muito pobre. Pai bravo e batedor. Comiam os peixes que tarrafeavam num rio. E era preciso trabalhar para ajudar. Marcelo trabalhava numa padaria. Ganhava R$ 10 por mês. E ainda tarrafeava, depois de terminado o trabalho na padaria. O seu grande sonho era ser músico, baterista. Pois um dia correu a notícia de que iriam formar uma banda. Quem quisesse que se candidatasse. O Marcelo se candidatou. Mas o

Oito versos

Uma melodia bacana, uma letra singela. E um bom dia pra quem passou por aqui hoje. ¿Y tu qué has hecho? En el tronco de um árbol una niña Grabó su nombre henchida de placer Y el árbol conmovido Allá en su seno A la niña una flor dejó caer Yo soy el árbol conmovido y triste Tu eres la niña que mi tronco hirió Yo guardo siempre tu querido nombre ¿y tu, qué hás hecho de mi pobre flor? E você o que fez? No tronco de uma árvore uma menina Gravou seu nome, cheia de prazer E a árvore, comovida, ali em seu seio Para a menina uma flor deixou cair Eu sou a árvore comovida e triste Você, a menina que meu tronco riscou Eu guardo sempre seu querido nome E você? O que fez de minha pobre flor?

A culpa é de quem?

O ser humano é uma espécie bacana por natureza ou é uma raça miserável que precisa de leis e controles pra andar na linha? Cada vez mais eu me convenço da segunda opção. Só pra ilustrar essa fase pessimista, dois exemplos que não são nenhuma novidade, mas que dão o tom lamurioso deste post: Nepotismo é aceito por 50% dos brasileiros Pesquisa feita a pedido da Comissão de Ética Pública, órgão vinculado à Presidência da República, mostra que a maioria dos cidadãos tolera a prática do nepotismo: 50,3% admitiram que, se pudessem, contratariam parentes. Da parcela de servidores públicos entrevistados, 32,1% disseram o mesmo. O levantamento foi feito pelo professor Ricardo Caldas, da UnB (Universidade de Brasília), entre março e junho. Foram ouvidas 1.767 pessoas de várias profissões de todo o país e 1.027 servidores públicos de seis Estados (SP, MG, PA, PB, PR e RJ) e do Distrito Federal. E, por fim, um videozinho do CQC:

Eleições nos EUA

Eu ainda vou entender pra cacete sobre a história, a política e dos Estados Unidos. Como isso vai demorar um bocado, o jeito é tentar ler o que é publicado de bom sobre a terra do Tio Sam. Em ano de eleições por lá, a melhor leitura em português nos últimos meses é a do blog do Argemiro Ferreira. O artigo que reproduzo de seu blog é sobre o sistema eleitoral do país. A partir dele dá pra ter uma noção do viés crítico adotado pelo jornalista. Colégio eleitoral: obsoleto antidemocrático No primeiro discurso como um duvidoso "presidente eleito" — em dezembro de 2000, depois que a Suprema Corte mandou parar a recontagem de votos da Flórida e fez prevalecer aquele resultado suspeito proclamado antes pela secretária de Estado Katherine Harris — George W. Bush tentou fazer um paralelo entre a situação que então vivia, à sombra da ilegitimidade, e o resultado da eleição presidencial de 1800, que deu a vitória a Thomas Jefferson (1743-1826) sobre Aaron Burr (1756-1836). Com isso suger