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Mostrando postagens de junho, 2010

Observar, aprender, evoluir

O blog do Alexandre Cossenza, no site do Globo Esporte.com é leitura obrigatória pra quem gosta de tênis. Segue abaixo um texto em que ele sugere algumas tecnologias de seu esporte para o futebol: Não é exclusividade do esporte. Acontece em todas as áreas. Uma pessoa faz algo diferente e que dá certo. Outra copia e aperfeiçoa. E o método segue sendo aperfeiçoado até que alguém volte a inovar. E assim segue o ciclo. A relação entre esporte e tecnologia não é diferente. E neste domingo, quando dois jogos da Copa do Mundo tiveram seu curso natural alterados por falhas de arbitragem, fico a pensar no que o futebol poderia aprender com o tênis. O nosso esporte (uso o possessivo porque este blog, afinal, é sobre a modalidade nascida em Wimbledon) tem suas tradições e hábitos, mas soube se adequar aos avanços da tecnologia. Com o desenvolvimento de novas raquetes, cordas e pisos sintéticos mais rápidos, o tênis percebeu que o trabalho dos juízes de linha poderia ser auxiliado. E não teve med

Tudo é diferente, tudo é parecido

Texto do Tostão, na Folha deste domingo. Mundos opostos É estranho que Johannesburgo, mesmo com uma grande população miserável, não tenha um transporte público decente. Mais estranho ainda é saber que as pessoas pobres não vão para a parte rica da cidade, para se divertir ou para praticar crimes, como ocorre nas grandes cidades brasileiras. Deve haver um acordo velado, como muitas vezes ocorre no Rio de Janeiro, entre a polícia e o crime organizado. Os ricos, geralmente brancos, não querem ser importunados pelos pobres, geralmente negros. A segregação, o apartheid, ainda não acabou. Diferentemente de Durban, uma cidade alegre, com muitas pessoas nas ruas, com bares e restaurantes ao ar livre, Johannesburgo, com seus suntuosos shoppings, largas avenidas, casas belíssimas, é uma cidade fria, artificial e desumana. Felizmente, descobrimos que não é só isso. Enfim, vi que também existe vida na cidade. Fomos almoçar em Nelville, um bairro cult, com lojas interessantes, restaurantes e bares

Diferenças # 4

Texto do sociólogo Emir Sader, cujo título me poupa maiores comentários. Por que o governo FHC deu errado FHC teve a audácia de assumir o modelo neoliberal adotado por François Mitterrand, a partir do seu segundo ano de governo, e por Felipe Gonzalez, desde o começo. Acreditou no Consenso de Washington, de que qualquer governo “sério” teria que adotar as suas recomendações, não apenas cuidando dos desequilíbrios fiscais, mas centrando seu governo na estabilidade monetária. A passagem dos governos Thatcher e Reagan aos de Blair e Clinton dava a impressão a um observador superficial que, qualquer que fosse o governo, o ajuste fiscal seria o seu eixo. Que haveria que terminar com os direitos sociais sem contrapartidas – como tinha feito Clinton, ao dar por terminado o Estado de bem estar social, instalado por Roosevelt. Para isso, no Brasil, seria preciso atacar o Estado herdado de Getúlio e os movimentos sociais, que certamente defenderiam os direitos sociais a serem atacados, para recom

Diferenças # 3

Em cinco anos, desnutrição infantil cai 62% no Brasil Estudo do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional do Ministério da Saúde constatou que a taxa de desnutrição caiu cerca de 62% em crianças menores de cinco anos no Brasil entre 2003 e 2008. Com isso, a taxa passou de 12,5% (2003) para 4,8% (2008). O mesmo estudo constatou que o déficit de altura por idade também baixou de 20% para 14%. Os indicadores de desnutrição infantil referem-se aos usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) e foram divulgados no Seminário Nacional de Alimentação e Nutrição que vai até esta quinta-feira (24), em Brasília. É a partir da antropometria (avaliação de peso e altura) que se verifica como está o consumo de alimentos entre as crianças e quais são as principais carências nutricionais. Para combater a desnutrição, o Ministério da Saúde, entre outras ações, disponibiliza anualmente pelo SUS 1,6 milhão de frascos de xarope de sulfato ferroso e 191 milhões de comprimidos de sulfato ferroso, 131 milhões

Diferenças # 2

Matéria publicada na Agência Brasil: Renda maior faz 2,2 milhões de famílias saírem do Bolsa Família Dados do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS) informam que até janeiro deste ano mais de 4,1 milhões de famílias tiveram o benefício do Programa Bolsa Família cancelado. O principal motivo do corte é a renda per capita familiar superior à renda mínima estabelecida pelo programa. Mais de 2,2 milhões de famílias (54% dos casos) abriram mão do benefício ou tiveram o auxílio suspenso pela elevação da renda. Toda família com renda mensal por integrante de até R$ 140 tem direito ao benefício. O valor varia conforme o tamanho da família, o número de crianças e adolescentes na escola. O auxílio vai de R$ 22 a R$ 200 por mês. O motorista Eduardo Rodrigues, que mora em Osasco, na região metropolitana de São Paulo, e é pai de uma menina, abriu mão de R$ 40 mensais porque passou em um concurso público. “Não era justo continuarmos recebendo”. Também suspendeu o benefício Sônia

Vaticano e Saramago

Segue abaixo texto do Leonardo Sakamoto, publicado em seu blog : Os comentários que saíram no jornal oficial do Vaticano “L’Osservatore Romano” sobre Saramago mostram que a igreja católica realmente não mudou muito nos últimos séculos. A diferença foi o verniz de modernidade para se adaptar aos novos termpos: os ritos de inqusição não são mais em latim e, agora, são divulgados por meios de comunicação para todo o planeta, instantaneamente. Imaginei mesmo que algum cardeal ou bispo iria aproveitar o passamento do escritor para dizer que ele, um comunista comedor de criancinhas, levava a cabo uma cruzada contra o cristandade. Creio que o próprio, se pudesse ver tudo isso, iria pedir que mais bravatas fossem ditas e se divertir muito – da mesma forma que nos fez rir – dos dogmas e de seus defensores. Em uma das tiras do personagem “Deus”, do cartunista Laerte, um desregrado e ateu chega ao céu e é bem recebido pelo todo-poderoso. Uma outra, que seguiu todos os mandamentos, vê a cena e r

Obrigado, Chico!

Ao contrário de outros anos, desta vou apenas reproduzir um trecho da coluna de hoje do Tutty Vasques: Data querida Todo aniversário de Chico Buarque é a mesma coisa: o Leblon será invadido hoje por jovens senhoras em romaria para deixar uma lembrancinha na portaria do prédio do artista. Ano passado, só de camisa do Fluminense, ele ganhou 127.

Uma lágrima

"Começar a ler foi para mim como entrar num bosque pela primeira vez e encontrar-me, de repente, com todas as árvores, todas as flores, todos os pássaros. Quando fazes isso, o que te deslumbra é o conjunto. Não dizes: gosto desta árvore mais que das outras. Não, cada livro em que entrava, tomava-o como algo único". José Saramago

Eu joguei com a Jabulani...

... e a bola é boa demais!! Todos os peladeiros da quarta-feira futebolística deixaram o campo com a mesma impressão. Dizer que uma bola como ela “é horrível”, “parece com aquelas de supermercado” ou “sobrenatural” não tem sentido algum. Mais legal do que isso, no entanto, foi a reação dos futebolistas (eu incluído, claro) ao ver o craque Léo chegar ao campinho com a Jabulani ainda na caixa, virgem, intocada, à espera de pés ávidos por tocá-la. A empolgação foi tamanha que o nível de jogo apresentado nesta quarta-feira superou qualquer outra exibição das últimas semanas. Gols de longa distância, passes açucarados, gol de bicicleta... coisa incrível, amigo! A bola facilita, sim, o trabalho do atacante. Quem joga bola sabe do que vou falar: manja aquela pelota que pinga devagar bem na sua frente, convidando para ser acertada em cheio, com o peito de pé, meio que num sem-pulo? É essa a principal vantagem da bola. Quando você acerta realmente “na veia”, adiós, muchacho. Também

Maradona cheira cocaína, Dunga come merda

Reproduzo texto do camarada André Toso, publicado ontem no Sete Doses . Destaco o seguinte trecho: "Dizem que Maradona é louco, um cara que só arranja confusão e tal. Ele é imperfeito e não tem vergonha de mostrar. Dunga, com seu discurso falso e indigesto, não consegue enxergar suas próprias imperfeições, de tão focado em sue próprio umbigo, em sua vitória pessoal, em seu cala boca para os que o cornetam". Mas vale ler o texto todo... "Sempre simpatizei mais com drogados do que com guerreiros. Sei lá o motivo, mas prefiro o que é torto e fora do lugar. Nada que é comum me agrada. Prefiro me ligar a pessoas e causas que saem do politicamente correto. Se os guerreiros são celebrados como heróis, prefiro ficar ao lado dos drogados decadentes. É da minha natureza. Por isso, esse ano estou com a Argentina de Maradona e torço contra o Brasil de Dunga. Escrevo isso antes da estreia do Brasil e essa opinião não mudará de forma alguma. Se o time de Dunga golear todo

Fugindo do óbvio

Reportagem do Cosme Rímoli sobre o jogo entre Tanzânia 1 x 5 Brasil. Muitos palavrões, raiva de Kaká e união extrema do time marcam a goleada do Brasil sobre a Tanzânia Que Felipe Melo e Lúcio gritam palavrões durante todo o jogo, não é preciso ser um gênio para adivinhar, mas seria impossível supor o bom moço Kaká e o franzino Robinho encarando, provocando e ameaçando jogadores da Tanzânia. Era ver para crer. Eu estava lá para observar o time brasileiro, mas antes mesmo de o jogo começar, vale a pena relatar o desespero de um DJ. Ele estava controlando a insuportável seleção de reggaes que deveria servir para animar a torcida no estádio, mas o volume era tão ensurdecedor que o preparador físico da seleção, Fábio Mahseredjian, foi atrás do gol para pedir que abaixasse. Estava impedindo os jogadores de ouvir os comandos dele e do outro preparador, Paulo Paixão. Fabio foi desprezado pelo DJ, e o reggae continuou a massacrar os tímpa

Diferenças # 1

Sobre mortalidade infanti. Texto de Rogério Tuma. Na faculdade de Medicina logo se aprende que política de saúde de país pobre ou pouco desenvolvido se expressa em mortalidade infantil. Portanto, se você quiser saber se o governo está investindo em saúde pública, não tenha dúvida, veja se as crianças nascem bem e são vacinadas, se crescem acima da média e sobrevivem os primeiros anos de vida. Se sim, então o governo cumpriu o seu papel. No Japão, por exemplo, onde a mortalidade infantil é próxima a cinco, ou nos Emirados Árabes onde é menor que um por mil nascimentos há décadas e só vai cair mais quando descobrirmos a cura para doenças genéticas graves, para medirmos o sistema de saúde e o resultado do investimento na medicina primária precisamos olhar para os idosos. Por lá, se o governo for bom, a vida média das pessoas aumenta. Aqui, na Ásia e na África, as crianças é que precisam escapar dos perigosos cinco primeiros anos de vida. Na publicação on-line da revista Lancet , de 24 de