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Mostrando postagens de novembro, 2010

O cinema de Bananal

Eis que após 26 anos de clausura, a cidade de Bananal, no interiorzão de SP, tem de novo um cinema à disposição de sua população. Passei a vida inteira ouvindo minha mãe e algumas tias apontando, em tom saudoso, que bem ali, no coração da rua principal do centrinho de Bananal, ficava o cinema. Neste feriado pude ver o espaço reformado e pronto para receber, com dignidade, a pequena população da cidade, ávida por cultura. O cinema foi reaberto no final de semana passado. A estrutura é simples: um grande auditório, com mais ou menos 200 cadeiras. No alto e ao fundo, um projetor. À frente, uma grande parede branca e um palco, o que permite aproveitar o espaço para apresentações teatrais também. Nenhum segredo, nenhuma inovação. Apenas um pouco de iniciativa da Prefeitura. No sábado, no horário nobre das 21h, não houve sessão, mas sim um espetáculo de dança chamado "Senha", que vem rodando o interior de São Paulo, às custas do governo estadual. No domingo, um filme infantil à tar

Livros, sempre eles

Reproduzo abaixo texto do Ruy Castro, publicado hoje na Folha: Alguém abre um livro Outro dia, falando num encontro de livreiros, eu dizia que todos nós, que trabalhamos com livros -que os escrevemos, editamos, distribuímos, vendemos ou promovemos-, devíamos nos sentir privilegiados. Nosso produto não anuncia na TV, não é vendido na farmácia junto com os xampus, fraldas e chinelos e, para ser apreciado, precisa ser lido linha a linha e ainda temos de lamber o dedo para virar a página. Mas, toda vez que um brasileiro abre um livro, o Brasil melhora. Tal afirmação ameaça parecer uma pieguice poética num país que, segundo o novo relatório divulgado pelo Pnud (Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento), pode estar em 73º lugar no ranking mundial de IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) - o que, em si, já é uma vergonha -, mas, num dos itens mais importantes, empata com o Zimbábue, que, em 169º no ranking, é o mais atrasado do mundo. Nossos estudantes passam o mesmo número de anos

Então...

Quem dá bola a certos "especialistas" merece mesmo ouvir tais barbaridades. O papo abaixo rolou no "Bom dia Brasil" da última segunda-feira: Renato Machado: “Miriam Leitão, pela primeira vez uma mulher é eleita presidente da República. Qual é o significado deste fato?” Miriam Leitão: “Importantíssimo. A última vez que uma mulher governou o Brasil foi no século 19. E agora no século 21 uma mulher vai governar o Brasil. (…) Alexandre Garcia: “A Miriam me deixou com uma curiosidade. Que mulher governou o país no século 19?” Miriam Leitão: “A princesa Isabel, em nome do seu pai, quando ele viajava pra… Somado, dá quase quatro anos. Ela exerceu o mandato em partes, né?”

Envergonhado

Até segunda-feira à noite eu estava bem feliz pela vitória da Dilma. Na verdade, ainda estou, mas desde que me sentei à frente do computador um sentimento de vergonha bateu bem mais forte, devido a um nicho da população do Sul e do Sudeste que insiste em exibir todo seu preconceito e ignorância. Preconceito pela violência verbal que se viu em todas as redes sociais contra os cidadãos do Norte e do Nordeste, regiões nas quais Dilma se saiu muito melhor. Ignorância porque essas mesmas pessoas, que se consideram superiores, mostram que não sabem sequer ler as informações de uma eleição. Por que essa raiva toda também não foi direcionada aos cidadãos de Minas Gerais e Rio de Janeiro, estados nos quais Dilma ganhou de Serra com boa folga? Só em MG, foram dois milhões de votos a mais para a petista. No total, Dilma teve cerca de 12 milhões de votos a mais do que Serra. No Nordeste, ela teve 10 milhões de apoiadores a mais do que o tucano. Ou seja: mesmo que o Nordeste fosse suprimido do Bras