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Mostrando postagens de fevereiro, 2010

Por que não ser jornalista nos dias de hoje

O primeiro argumento para o título deste post deveria ser a questão financeira da profissão, mas isso pode ser assunto para outro dia. O que vai reproduzido abaixo é um longo texto de Luiz Carlos Azenha, jornalista que trabalhou por muito tempo na Globo e tem conhecimento de como funciona o modus operandi da profissão. Repito: o texto é longo, mas vale muito a pena ler sua íntegra, assim como vale sempre dar uma passadinha no blog do Azenha e conferir o que ele anda postando por lá. Assim é se lhe parece - o jornalismo e o ilusionismo Jornalismo não é Ciência exata. Jornais erram. Jornalistas erram. Erros admitidos e reparados, tocamos em frente. Às vezes o erro tem consequências gravíssimas, como no caso paradigmático da Escola Base. O famoso "espírito de manada" muitas vezes contribui para que pecados originais de pequena dimensão se agravem. O espírito de manada funciona assim: por decisão superior ou por interesse próprio, um jornalista decide "repercutir" uma

"Essa juventude está perdida..."

Acho que todo mundo já viu alguém mais velho criticando o comportamento dos jovens. Deve ser assim desde os nossos tatatataravós e algo me diz que estou começando a fazer parte dos reclamões. Explico: já faz umas três semanas que, todos os dias, ao pegar uma das saídas do metrô Liberadade, por volta de 12h50, vejo um casal com uniforme da FMU dando uns amassos, sempre num cantinho em que o sol dá uma trégua, mas à vista de todos os que passam por ali. Nada contra bons amassos, óbvio. Mas o casal – ambos com a aparência de uns 18 anos – se pega de uma forma que chega a ser engraçada, constrangedora, bizarra. E todos os dias. Manja cantinho de balada às duas manhã, quando várias casais ficam escorados na parede, com as mãos na bunda do outro, aquela esfregação que todo mundo curte e já fez na vida? Enfim... na porta no metrô é de lascar. Mas o que me fez escrever sobre isso se deve a um caso mais chato, que eu não imaginaria ver e ouvir num ônibus lotado. Estava hoje perto do cobrador qu

American Way of Life

Cresci vendo filmes e lendo sobre como deveria ser bacana viver num país como os Estados Unidos, com suas casas à la Alphaville, sem pobreza, graves problemas sociais, ampla democracia etc etc etc... Cerca de 40 dias rodando pela costa oeste do país, no ano passado, comprovaram o óbvio: como todo país, os Estados Unidos (e, em especial, cidades como Los Angeles e San Diego) tem seus probleminhas e problemões. Reportagem da Folha de hoje dá só um pitaco a mais sobre como andam as coisas pelas terras do Tio Sam: Crise aumenta fila por alimento nos EUA O movimento incessante e as filas no centro de distribuição emergencial de alimentos da igreja luterana de St. Paul, em Nashville (Tennessee), seriam totalmente atípicos pouco antes da crise econômica. Mas, quando a recessão levou a quantidade de pessoas atendidas emergencialmente pela maior rede filantrópica contra a fome dos Estados Unidos, a Feeding America, a dar um salto de 46% desde 2006 (última contagem), a entrega de comid

Kama Sutra bizarro

Já pensou num anão fazendo umas posições absurdas do Kama Sutra com uma moça bem obesa? E com uma anã? Ou com gente sarada? Enfim... o site "My Karma Sutra Buddy" resolve isso pra você. Dá pra aprender umas posições bem estranhas de forma engraçada, sem nenhuma apelação. Dá uma clicada aqui pra conferir Mas, tão ou mais legal do que esse site é o blog onde achei seu link. Trata-se do "Sexpedia", hospedado na página da "Época". Só nos últimos dias, a jornalista Fernanda Colavitti já escreveu lá sobre do que o sêmem é composto, homens que fingem orgasmo, sexo na terceira idade, prostituição masculina e um monte de temas que são no mínimo curiosos. O link pro "Sexpedia" está bem aqui

Mais tristes, menos inteligentes

É sempre assim quando morre um humorista de alto cacife. Não seria diferente com Arnaud Rodrigues. Não vivi pra acompanhar o sucesso de "Baiano e os novos caetanos", quadro do programa de Chico Anysio, no qual o protagonista e Arnaud Rodrigues conseguiam tirar uma onda com o tropicalismo e ao mesmo tempo fazer pesadas críticas políticas e sociais, apesar de todos os pesares da época. Mas felizmente existe a internet, tanto pra ver algumas imagens quanto para ouvir o excelente disco lançado à época. Fica aqui um amostra do trabalho dos caras. Com uma rápida googlada é possível fazer o download do disco.

Só pra pensar um pouco...

Trecho do texto "Ícone em apuros", publicado na edição desta semana de CartaCapital, na coluna de Thomaz Wood Jr. Ele fala sobre o mau momento vivido pela Toyota e faz uma reflexão que achei bem interessante. Vai abaixo: "Além disso, há carros demais no mundo, e o número não para de crescer. O carro já foi meio de locomoção e sonho de consumo. Hoje, é um pesadelo que dificulta a mobilidade em lugar de facilitá-la. Afinal, que lógica há em utilizar duas toneladas de metal, borracha e plástico, emitindo poluentes, para transportar 70 quilos de muita carne e pouco cérebro, frequentemente a conduzir o bólido de forma temerária? Talvez não seja a Toyota que esteja em declínio, mas o próprio produto que se encontra condenado ao anacronismo. Soluços de crescimento ainda ocorrerão, por conta de evoluções tecnológicas e dos mercados emergentes, cheios de jecas a sonhar com as quatro rodas. No entanto, o futuro não reserva muitas alegrias para essa indústria, o que talvez não seja

Pros que dizem que não há racismo no Brasil...

Texto tirado do Blog do Cosme Rímoli: César Sampaio e Cléber. Dois ex-jogadores consagrados. Defenderam a Seleção Brasileira. Carreiras sem escândalos, religiosos. Homens de bem. Resolveram continuar no futebol após a carreira como jogadores. Decidiram adminstrar equipes. Estão à frente do Rio Claro. O time faz uma campanha ruim. Mas o que aconteceu não tem cabimento. Dois torcedores do próprio Rio Claro discutiram com os agora dirigentes. E tomaram a atitude mais nojenta que poderiam. Apelaram para o racismo. Envergonhado, César Sampaio para na frase ‘urubus na gaiola’. Mas foi daí para baixo. Na Europa ainda hoje torcedores imitam macacos quando jogadores negros tocam na bola. Na Alemanha, Itália, Espanha, Rússia… Os brasileiros ficam chocados quando assistem essas imagens na tevê. Mas por hipocrisia. O Brasil é um país onde o racismo é demonstrado por debaixo dos panos. Até a legislação qualifica como injúria, quando o mundo todo chama de racismo. Racismo é uma

Mau começo

A Record anunciou no começo do ano a contratação dos caras que faziam "Hermes & Renato" na MTV. Desde o princípio venho pensando que dificilmente essa história vai dar certo. Ao ler hoje uma entrevista com um dos atores, essa desconfiança só aumentou. "Aqui estamos lidando com outro público, com uma outra realidade. Independente de ser Record ou MTV a gente já havia evoluído neste sentido de fazer um humor mais acessível, uma esquete mais elaborada e sofisticada". "O nosso humor nunca foi feito apenas em cima de palavrão e avacalhação, mas, principalmente, em cima de ideias, e a gente vai ter liberdade suficiente para desenvolver essas ideias aqui. Original a gente vai continuar sendo porque a gente trouxe a nossa cabeça, as nossas ideias". Papinho bom moço de mais pro meu gosto... Joselito não aprovaria.

Uma frase sábia

Assim como Chico Buarque, música e futebol, este blog tem mais um tema que será repetido ad infinitum : a necessidade de não se levar o trabalho tão a sério, de não se trabalhar nove, dez, onze horas por dia, de não se tornar um refém do stress. Para a satisfação deste que vos escreve, Juca Kfouri retornou das férias e, em seu blog, soltou uma frase que traduz perfeitamente o que penso sobre a temática do trabalho e a importância do lazer, do tempo livre, do ficar de papo pro ar, pensando na morte da bezerra. Como o homem sempre merece ser lido, reproduzo abaixo o texto na íntegra: Fim de férias. Que só têm um problema: acabam. O trabalho aliena, emburrece e estressa. Mas, fazer o quê? Enquanto alguns fazem anúncio de cerveja, como Dunga, outros têm de trabalhar. E de lamentar. A falta de sensibilidade do governador da cidade olímpica do Rio de Janeiro com a tragédia de Angra dos Reis, por exemplo.. Ou a apatia dos governos paulista e paulistano nas enchentes de São Paulo e sua incapa

Saúde!

A edição de janeiro da revista “Brasileiros” estampa em sua capa o tema da cachaça. Num total de 13 páginas, com entrevista, boa reportagem, curiosidades e uma boa crônica, dá pra aprender um bocado de coisas a respeito da mais bacana das bebidas nacionais. De todo esse material, duas coisas me chamaram a atenção. A primeira foi a comparação da cachaça ao presidente Lula, mas desta vez de uma forma bacana, não depreciativa. Nirlando Beirão, o autor do texto, fala que ambos, em geral, são mal vistos por certo nicho da sociedade, mas a cada dia ganham mais respeito e reconhecimento no exterior. A segunda foi uma lista de nove curiosidades sobre a branquinha. Provavelmente todo bom bebedor já ouviu falar a respeito de uma outra, mas vale a pena reproduzir o texto aqui, sem deixar de sugerir a leitura de toda a revista, que traz, como sempre, belas reportagens, sempre a respeito de temas que dificilmente serão vistos em outras revistas. Quantos graus de álcool tem a cachaça? Varia entre 38

Tinta a preço de champagne

Vem circulando um e-mail sobre o preço absurdo pelo qual pagamos algumas coisas, entre elas tinta de impressora. Talvez a conta abaixo tenha alguns exageros, mas vale a pena reproduzir o raciocínio aqui: Outro dia, entrei num supermercado para comprar orégano e adquiri uma embalagem (saquinho) do produto, contendo 3g, ao preço de R$ 1,99. Normalmente esse tipo de produto é vendido nos supermercados em embalagens que variam de 3g a 10g. Cheguei em casa e resolvi fazer os cálculos e constatei que estava pagando R$ 663,33 pelo kg do produto. Será que uma especiaria vale tudo isso? Agora, com mais esee exemplo abaixo de produtos vendidos em pequenas porções, fico com a sensação que as indústrias se utilizam "espertamente" desse procedimento para desorientar o consumidor, que perde totalmente a percepção real do valor que está pagando pelos produtos. Acho que todos os fabricantes e comerciantes deveriam ser obrigados por lei (mais uma?) a estamparem em locais visíveis os valores e

Certas coisas nunca mudam...

Três pitacos rápidos sobre uma recente ida a Salvador... - num McDonald's, enquanto esperava por meu McColosso de caramelo, contei 14 funcionários. Todos eram negros. - num restaurante, onde todos os atendentes e garçons eram negros, um dos clientes (que provavelmente devia se achar o brancão) deixa o banheiro reclamando: "Nem sabonete esses merdas põem aqui". - no aeroporto lotado, já em São Paulo, no domingo à noite, uma moça reclama ao marido: "É... isso aqui virou rodoviária mesmo".

Golaço!

Como diria o filósofo Cumpadi Washington, em uma das grandes cancões encrustadas na música moderna brasileira, "depois de nove meses você tem o resultado". Vejo no "Blog de bola" que a cidade de Barcelona passa por um "baby boom" recente. O resto da história eu copio do próprio autor: Um hospital viu o número de nascidos subir de 9 a 10 para 15 novos bebês por dia. Um aumento de 50%. As enfermeiras, sempre atentas, foram procurar o que havia acontecido 9 meses antes. A lua, melhor explicação de sempre, não era o motivo para espanto geral. O que havia acontecido 39 semanas antes foi isso… O gol mais incrível de Iniesta, que classificou o Barcelona para a final da Champions League que venceria mais tarde. Alguns dias depois, o Barcelona ganhou por 6 x 2 do Real Madrid, o que poderia ser outra causa da animação geral na cidade. Vai dizer que o futebol não explica tudo…