Dá até um nó na garganta lembrar que hoje se completam exatos 20 anos da eleição mais importante da recente história do Brasil. Talvez as vitórias de Fernando Henrique e Lula, em 1994 e 2002, respectivamente, serão lembradas no futuro como fatos mais significativos, mas a esta altura do campeonato - e por tudo que cerca a disputa de 1989 - eu ainda fico com a vitória de Collor como a mais importante.
Um texto escrito por aqui há exatamento um ano mostra que a data, em minha memória afetiva, não traz boas recordações. E, por mais contraditório que possa parecer, creio que a vitória de Collor foi algo benéfico para o Brasil, diante das circunstâncias daquele segundo turno.
A vitória de Lula teria sido uma catástrofe - e quem escreve isso é um defensor do atual governo e da maior parte das decisões tomadas pelo presidente ao longo de seu mandato. Eleito em 1989, Lula faria com que toda e qualquer futura candidatura de esquerda se tornasse fadada ao fracasso até o século 22 no Brasil, tamanha a complexidade da sociedade brasileira pós-ditadura e as debilidades de grande parte das propostas defendidas em sua candidatura.
Óbvio também que Collor estava longe de ser a melhor escolha àquela época. Em termos de correlação de forças, teria sido muito mais interessante ver um segundo turno com Brizola no lugar de Lula. Mais experiente e preparado do que o candidato petista, certamente o velho pededista teria enfrentado com muito mais perspicácia todos os adversários que se uniram ao redor do collorido, especialmente a imprensa.
Mas mesmo a vitória de Brizola talvez se mostrasse como algo inviável no Brasil dos anos 90. Difícil, no entanto, imaginar qual teria sido a melhor opção. Ulisses, por todo seu passado, é o primeiro e único nome que vem à cabeça. Pensar em Mario Covas ou qualquer opção minimamente aceitável (Maluf, Gabeira, Afif e outros não contam) é apelar demais pra imaginação.
O Uol produziu uma série de entrevistas com alguns dos protagonistas daquela campanha, como o próprio Collor. Apesar da falsa impressão de que existe muita informação sobre aqueles já distantes dias, a verdade não é bem assim. Tanto os anos em que Sarney esteve à frente da Presidência como a curta passagem de Collor pelo poder ainda carecem de dezenas e dezenas de estudos mais sérios. A imprensa, até como uma espécie de mea culpa, tenta resgatar parte do que aconteceu, mas faltam ainda trabalhos mais aprofundados que analisem esse recente pedaço da história brasileira e mostrem o quanto ele é importante para explicar o país que somos hoje e que, oxalá, viremos a ser nas próximas décadas.
Um texto escrito por aqui há exatamento um ano mostra que a data, em minha memória afetiva, não traz boas recordações. E, por mais contraditório que possa parecer, creio que a vitória de Collor foi algo benéfico para o Brasil, diante das circunstâncias daquele segundo turno.
A vitória de Lula teria sido uma catástrofe - e quem escreve isso é um defensor do atual governo e da maior parte das decisões tomadas pelo presidente ao longo de seu mandato. Eleito em 1989, Lula faria com que toda e qualquer futura candidatura de esquerda se tornasse fadada ao fracasso até o século 22 no Brasil, tamanha a complexidade da sociedade brasileira pós-ditadura e as debilidades de grande parte das propostas defendidas em sua candidatura.
Óbvio também que Collor estava longe de ser a melhor escolha àquela época. Em termos de correlação de forças, teria sido muito mais interessante ver um segundo turno com Brizola no lugar de Lula. Mais experiente e preparado do que o candidato petista, certamente o velho pededista teria enfrentado com muito mais perspicácia todos os adversários que se uniram ao redor do collorido, especialmente a imprensa.
Mas mesmo a vitória de Brizola talvez se mostrasse como algo inviável no Brasil dos anos 90. Difícil, no entanto, imaginar qual teria sido a melhor opção. Ulisses, por todo seu passado, é o primeiro e único nome que vem à cabeça. Pensar em Mario Covas ou qualquer opção minimamente aceitável (Maluf, Gabeira, Afif e outros não contam) é apelar demais pra imaginação.
O Uol produziu uma série de entrevistas com alguns dos protagonistas daquela campanha, como o próprio Collor. Apesar da falsa impressão de que existe muita informação sobre aqueles já distantes dias, a verdade não é bem assim. Tanto os anos em que Sarney esteve à frente da Presidência como a curta passagem de Collor pelo poder ainda carecem de dezenas e dezenas de estudos mais sérios. A imprensa, até como uma espécie de mea culpa, tenta resgatar parte do que aconteceu, mas faltam ainda trabalhos mais aprofundados que analisem esse recente pedaço da história brasileira e mostrem o quanto ele é importante para explicar o país que somos hoje e que, oxalá, viremos a ser nas próximas décadas.
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