Pular para o conteúdo principal

Isso, isso, isso

Chavo: Don Ramón, ¿usted fue boxeador?
Don Ramón: Y de los buenos Chavo; yo fui campeón de los barrios en el año de mil novecientos... que te importa. Yo era pluma
Chilindrina: Todavía...
Don Ramón: Quiero decir que era peso pluma, pero pegaba como mula
Chavo: ¿Con las patas?
Don Ramón: Me refiero a la fuerza Chavo, mira te voy a enseñar...
Chavo: ¡Ay no... no!
Don Ramón: No, no te voy a enseñar algo que tengo aquí, mira...
Chavo: ¡Ah... ¡Ahhhh!Don Ramón: Son los guantes que usé cuando gané la corona.
Quico: ¿Le pagaban con cerveza?
Don Ramón: La corona del campeonato, Quico; mucha gente comentaba que yo me parecía a mantequilla.
Chavo: ¿Lo embarraban en las teleras?
Don Ramón: A Mantequilla Nápoles el boxeador, ¿qué no lo conociste?
Chavo: No.
Don Ramón: Era muy bueno Chavo... muy bueno, ¿sabes que le pasó cuando le quitaron el cinturón?
Chavo: ¡Se le cayeron los pantalones!
Chilindrina: Ay Chavo ya no interrumpas, síguenos contando papi, síguele.
Don Ramón: Pues sí mijita, es más, el Cuyo Hernández me quería manejar
Quico: ¡Ijo! ¡como si fuera una camioneta!
Don Ramón: El Cuyo Hernández maneja boxeadores, y me quería llevar a su establo.
Chavo: ¡Le vieron cara de vaca!
Don Ramón: Más cara de vaca tiene otro!
Chavo: Bueno pero no se enoje...
Quico: Ya Chavo, ya, no interrumpas; síganos contando Don Ramón, ¿qué le pasó después que le vieron cara de vaca?
Don Ramón: ¿Cara de qué?Quico: ¿cara de toro?... ¿de buey? ... ¿de becerro? ....¿de barbacoa a las brasas? ... ¡me doy!

Quem via ou vê Chaves conhece bem o diálogo acima, do episódio em que Seu Madruga (ou Don Ramón) relembra seus tempos de boxeador. O texto foi publicado numa matéria bacana do Uol, assinada pela professora de espanhol Claudine Whitton, na qual ela fala sobre como aproveitar os recursos mais diversos pra se aprender outro idioma.

Seguem abaixo algumas boas sacadas do texto:

- a palavra "chavo" é sinônimo de "chico", "muchacho" e é derivada da palavra "chaval" que em espanhol quer dizer menino;
- o "chavo" em questão supostamente vive no número 8 da vila (embora nunca tenha aparecido num único episódio em sua casa, mas sim no seu barril);
- a série era transmitida pelo Canal 8 da rede mexicana Televisa.

A importância do contexto

Já parou para pensar que o que lhe faz rir é justamente saber o que quer dizer aquela situação específica, seu tema, suas palavras, conotações ... enfim, o contexto?

Pois bem, em se tratando de textos cômicos (tirinhas de gibis, filmes etc) e ainda por cima, em língua estrangeira, é fundamental que você compreenda o contexto e os significados que as palavras podem adquirir em determinada situação, pois caso contrário não achará graça nenhuma e dirá aquela frase célebre "não entendi nada!"

Para evitar frustrações ou subestimar sua capacidade de interpretação faça o seguinte exercício: leia mais uma vez o diálogo acima e observe com atenção quais são as palavras que dão margem a falsas interpretações entre os personagens e, propositalmente, provocam o riso no leitor.

Alguns exemplos tirados do texto:

pluma
1. objeto utilizado para escribir.
2. categoría del boxeador (que está relacionada con su peso).
3. persona delgada, flaca.
enseñar
1. instruir a alguien.
2. mostrar una cosa.
corona
1. conjunto de flores o material metálico que se adorna la cabeza.
2. marca de cerveza mexicana.
manejar
1. usar con las manos una cosa.
2. gobernar, dirigir.
3. conducir, guiar un automóvil

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Os compatriotas de Woody Allen

Estava em algum site por aí hoje: O diretor americano Woody Allen considera que a maioria de seus compatriotas são gordos e sexualmente complexados. "Tudo ali é expressão do medo e da repressão sexual: a loucura religiosa, o fanatismo pelas armas, a extrema-direita louca. Eles têm uma visão da sexualidade marcada por duvidosas leis morais", afirma Allen, em entrevista antecipada hoje pelo jornal "Die Zeit". O diretor de "Vicky Cristina Barcelona" considera que o sexo é utilizado nos Estados Unidos "como uma arma dramática, assim como a violência" e que as muitas cenas de sexo nos filmes produzidos em seu país são "simplesmente entediantes".

"Vesti azul.... minha sorte então mudou"

A primeira vez que ouvi falar em Wilson Simonal foi no colégio - se não me engano, numa aula da Tia Idair, na quarta série. Por algum motivo, ela havia citado "Meu limão, meu limoeiro" e ninguém da classe sabia do que se tratava. Estupefata, ela cantarolou "... uma vez skindô lelê, outra vez skindô lalá" e tentou fazer algo no estilo que o "rei da pilantragem" costumamava aprontar com suas plateias . E deu certo. Dia desses fui ver "Simonal - Ninguém sabe o duro que eu dei", documentário muito bem feito sobre a carreira do sensacional cantor, com ênfase, claro, na eterna dúvida que o cercou desde os anos 70 até sua morte, em 2000: Simonal foi um dedo-duro dos militares durante a ditadura ou não? Pra quem não sabe do que se trata, um resumo curto e grosso: Simonal competia com Robertão na virada dos 60 para os 70 como o cantor mais popular do Brasil. Um belo dia, seu nome aparece nos jornais como delator de companheiros de profissão, alguém a serv

A grandeza de Nelson Ned

Um belo dia, em um programa de televisão (“Conexão Internacional”, da extinta Rede Manchete), Chico Buarque enviou uma pergunta para Gabriel García Márquez: “As suas preferências musicais causam espanto em muita gente, principalmente aqui no Brasil. Eu queria saber se os seus romances fossem música, seriam samba, tango, som cubano ou um bolero vagabundo mesmo?”. Com elegância e sem vergonha de suas preferências, o escritor colombiano respondeu: “Eu gostaria que fossem um bolero composto por você e cantado pelo Nelson Ned”. Pela terceira vez (haverá ainda um quarto texto), recorro a “Eu não sou cachorro, não”, livro de Paulo César Araújo para relatar causos de nossa cultura popular. Pouco antes da resposta de Gabo a Chico, fico sabendo ainda que o Nobel de Literatura escreveu “Crônica de uma morte anunciada” ao som de canções como “Tudo passará”, do grande pequeno cantor brasileiro, cuja obra em geral é relegada aos rótulos de “cafona” e “brega” de nossa discografia. Nelson Ned é figura