Trecho de "O idiota". Dostoievski na veia...
"Entretanto, a despeito de toda a vontade, nunca pude imaginar que não existe vida futura nem providência. Ou melhor, que tudo isso existe mas que nada entendemos da vida futura e das suas leis. Mas se é tão difícil e totalmente impossível compreender isso, então será que eu vou responder pelo fato de que não tive condição de compreender isso, então será que eu vou responder pelo fato de que não tive condição de compreender o inconcebível? Eles dizem, é verdade e, é necessário obedecer sem julgar, apenas por boa educação, e que por minha submissão eu serei recompensado sem falta no outro mundo. Nós humilhamos demasiadamente a providência, atribuindo-lhe os nossos conceitos, movidos pelo despeito de não podermos compreendê-la. Porém, se ademais é impossível compreendê-la, então, repito, também é difícil responder por aquilo que não é dado ao homem compreender. Sendo assim, de que jeito irão me julgar pelo fato de que eu não pude compreender a verdadeira vontade e as leis da providência. Não, o melhor é deixarmos para lá a religião".
"Entretanto, a despeito de toda a vontade, nunca pude imaginar que não existe vida futura nem providência. Ou melhor, que tudo isso existe mas que nada entendemos da vida futura e das suas leis. Mas se é tão difícil e totalmente impossível compreender isso, então será que eu vou responder pelo fato de que não tive condição de compreender isso, então será que eu vou responder pelo fato de que não tive condição de compreender o inconcebível? Eles dizem, é verdade e, é necessário obedecer sem julgar, apenas por boa educação, e que por minha submissão eu serei recompensado sem falta no outro mundo. Nós humilhamos demasiadamente a providência, atribuindo-lhe os nossos conceitos, movidos pelo despeito de não podermos compreendê-la. Porém, se ademais é impossível compreendê-la, então, repito, também é difícil responder por aquilo que não é dado ao homem compreender. Sendo assim, de que jeito irão me julgar pelo fato de que eu não pude compreender a verdadeira vontade e as leis da providência. Não, o melhor é deixarmos para lá a religião".
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