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Ingênuo, romântico ou simplesmente vacilão?

História ouvida agora há pouco, no trabalho. O protagonista é amigo do marido do cunhado do vizinho do primo do tio do pai da cunhada da sogra...

O Fulano da história, sujeito de classe média alta, chama para sair uma moça na qual está interessadíssimo. Para impressioná-la, decide jantar com a dita-cuja num puta restaurante. À mesa, ele repara que os pratos custam em torno de R$ 600,00 (sim, você leu direito!) Tudo bem, para tais gastos ele estava preparado. O rapaz pede então a carta de vinhos. E ai começam pra valer os problemas...

Segundo o moço, em restaurantes desse quilate a carta de vinhos não possui os preços de cada garrafa. Minimamente precavido, Fulano resolve fugir dos Romanée-Conti, conhecidos pelo preço na casa dos milhares de dólares a garrafa. Doce ilusão...

Jantar gostoso, bebida maravilhosa, planos diversos para o resto da noite... tudo perfeito até vir a conta. Assustado, o cavalheiro chama o garçom e diz que há algo errado, condição negada pelo funcionário. Ele, então, esfrega os olhos e se dá conta da tragédia: quase R$ 19 mil.

O pós-jantar imediatamente ficou em outra dimensão. Até a presença da moça ficou em oitavo plano. FODEU!! Como pagar uma desgraça dessa? Como um vinho pode custar tão caro? Como saio daqui? Como não pude perguntar o preço desta joça?

Pra resumir a história, a gerência do restaurante entendeu a situação e entrou num acordo: o sujeito poderia pagar em suaves prestações "apenas" o jantar e o preço de custo do vinho. Coisa pouca, só um tanto acima dos R$ 10 mil...

Comentários

Cris Morgato disse…
Hahahaha... se lascou! Homens, um jantar não precisa custar 19 mil pra impressionar, às vezes um cachorro quente na carrocinha da esquina faz muito mais efeito, rs. Beijos!

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