Muricy foi direto na jugular dos jovens jornalistas que acompanham os treinos do São Paulo. Assino embaixo. Estava mais do que na hora de alguém respeitado no meio futebolísitico "denunciar" o método de trabalho da maior parte dos setoristas que acomapanha o dia a dia dos grandes clubes. A rápida entrevista abaixo, copiada do blog do Cosme Rímoli explica com detalhes. Já volto:
Muricy, você não prejudica a sua imagem tratando os jornalistas muito mal nas coletivas?
Tem gente boa que vai acompanhar o treinamento. Mas é exceção. Não não vou enrolar: não tolero a falta de respeito da molecada que acompanha o dia-a-dia dos clubes. Os meninos acabaram de sair da faculdade, não sabem nada de futebol, não acompanham os treinos e fazem questão de criar onda. Desrespeitar a tudo e a todos. Comigo, não. Respondo na lata. Não admito ser desrespeitado na minha casa.
Como assim? Você vê tanta maldade?
Não é só maldade. É desrespeito. Hoje todos querem aparecer, ter a manchete mais polêmica, deixar o treinador ou o jogador o mais constrangido possível. Eu não nasci ontem. Muitas pessoas amigas me falam para eu me controlar, que eu vou prejudicar se continuar a dar respostas atravessadas. Mas eu não estou nem aí. Dane-se. Se não me respeitam, eu me faço respeitar. Se quiser falar sobre futebol, eu falo por dois anos seguidos. Agora, se vier com sacanagem, vai ouvir.
Você acha que isso é coisa de geração? O que mudou no jornalismo?
Não é só no jornalismo. É no mundo. Quando eu era jogador tinha dois, três jornalistas que acompanhavam o clube. Você sabia quem era a pessoa. Aprendia a confiar. A relação era outra, havia amizade. Hoje em dia, mais de trinta jornalistas vão aos treinos do São Paulo. Há muitos veículos de comunicação, muita concorrência, muita mudança de emprego. Mal você conhece um, essa pessoa vai embora. Agora, o que me deixa louco mesmo é que quase ninguém assiste o treino. Várias vezes eu estou comandando o time e olho, está quase todo mundo comendo bolachinha e tomando suquinho que o São Paulo dá. De costas para o campo. E depois com que moral vão me perguntar? Ah, eu não deixo barato, não.
E qual é a sua preocupação com a sua imagem?
Nenhuma. Ou gostam de mim como eu sou, ou esquece. Não vou mudar. Não trabalho para agradar ninguém. Trabalho para fazer o meu time ganhar. Não para agradar jornalista que come bolacha de costas para o treino...
A fala de Muricy me fez lembrar de um comentário feito pelo Paulo Henrique Amorim há algum tempo, sobre o perfil do jornalista que tem saído das faculdades nos últimos anos. Em tom de chacota, ele comentava que há uns 10 anos não recebia um currículo de alguém "pobre", sem uma certa pinta de folgado. É claro que ele exagera ao generalizar, mas tem algo de verdade nisso, que vai ao encontro das críticas feitas pelo treinador são-paulino. A palavra certa da entrevista de Muricy é "desrespeito" mesmo, natural em uma geração que não chama os mais velhos de "senhor" e que se acha genial por seu conhecimento adquirido via Google.
O pito veio em boa hora. Tem muita gente boa na nova geração da imprensa esportiva, nomes dos quais eu me orgulho por ter conhecido e trabalhado junto, como Marcelo Belpíede, Jorge Nicola, Thiago Salatta e outros, que conciliam bom trabalho com educação, respeito aos colegas, seriedade e companheirismo. Que os editores ouçam Muricy e botem a rapaziada pra trabalhar como se deve.
Muricy, você não prejudica a sua imagem tratando os jornalistas muito mal nas coletivas?
Tem gente boa que vai acompanhar o treinamento. Mas é exceção. Não não vou enrolar: não tolero a falta de respeito da molecada que acompanha o dia-a-dia dos clubes. Os meninos acabaram de sair da faculdade, não sabem nada de futebol, não acompanham os treinos e fazem questão de criar onda. Desrespeitar a tudo e a todos. Comigo, não. Respondo na lata. Não admito ser desrespeitado na minha casa.
Como assim? Você vê tanta maldade?
Não é só maldade. É desrespeito. Hoje todos querem aparecer, ter a manchete mais polêmica, deixar o treinador ou o jogador o mais constrangido possível. Eu não nasci ontem. Muitas pessoas amigas me falam para eu me controlar, que eu vou prejudicar se continuar a dar respostas atravessadas. Mas eu não estou nem aí. Dane-se. Se não me respeitam, eu me faço respeitar. Se quiser falar sobre futebol, eu falo por dois anos seguidos. Agora, se vier com sacanagem, vai ouvir.
Você acha que isso é coisa de geração? O que mudou no jornalismo?
Não é só no jornalismo. É no mundo. Quando eu era jogador tinha dois, três jornalistas que acompanhavam o clube. Você sabia quem era a pessoa. Aprendia a confiar. A relação era outra, havia amizade. Hoje em dia, mais de trinta jornalistas vão aos treinos do São Paulo. Há muitos veículos de comunicação, muita concorrência, muita mudança de emprego. Mal você conhece um, essa pessoa vai embora. Agora, o que me deixa louco mesmo é que quase ninguém assiste o treino. Várias vezes eu estou comandando o time e olho, está quase todo mundo comendo bolachinha e tomando suquinho que o São Paulo dá. De costas para o campo. E depois com que moral vão me perguntar? Ah, eu não deixo barato, não.
E qual é a sua preocupação com a sua imagem?
Nenhuma. Ou gostam de mim como eu sou, ou esquece. Não vou mudar. Não trabalho para agradar ninguém. Trabalho para fazer o meu time ganhar. Não para agradar jornalista que come bolacha de costas para o treino...
A fala de Muricy me fez lembrar de um comentário feito pelo Paulo Henrique Amorim há algum tempo, sobre o perfil do jornalista que tem saído das faculdades nos últimos anos. Em tom de chacota, ele comentava que há uns 10 anos não recebia um currículo de alguém "pobre", sem uma certa pinta de folgado. É claro que ele exagera ao generalizar, mas tem algo de verdade nisso, que vai ao encontro das críticas feitas pelo treinador são-paulino. A palavra certa da entrevista de Muricy é "desrespeito" mesmo, natural em uma geração que não chama os mais velhos de "senhor" e que se acha genial por seu conhecimento adquirido via Google.
O pito veio em boa hora. Tem muita gente boa na nova geração da imprensa esportiva, nomes dos quais eu me orgulho por ter conhecido e trabalhado junto, como Marcelo Belpíede, Jorge Nicola, Thiago Salatta e outros, que conciliam bom trabalho com educação, respeito aos colegas, seriedade e companheirismo. Que os editores ouçam Muricy e botem a rapaziada pra trabalhar como se deve.
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