Meu círculo de amizades “progressista” foi unânime: entre aqueles que assistiram a “Quebrando o tabu”, todos acharam o documentário uma droga – com o perdão do trocadilho previsível. Em termos técnicos, quase não tenho o que dizer, por entender pouco do assunto: é ruim mesmo. Mas, no frigir dos ovos, o trabalho final, que tem Fernando Henrique Cardoso como protagonista, é, sim, válido para tornar o debate sobre maconha & Cia. mais amplo.
Em geral, as críticas que ouvi são a respeito da superficialidade do filme e, claro, ataques a FHC (e a Bill Clinton também, outro participante do documentário), por sua falta de políticas inovadoras no combate ao tráfico de drogas, na proposição de uma nova legislação sobre o tema e no trato aos usuários. Aqui é preciso separar as coisas: o governo tucano deixou a desejar nessa área; o debate promovido pelo ex-presidente, aos 80 anos, merece elogios – e também algumas ressalvas.
O que é elogiável, no entanto, não atinge o nicho que já pensa de forma mais progressista em relação ao tema da descriminalização. Para esse grupo, é redundante ouvir que álcool e os marlboro da vida são mais nocivos que a cannabis; detalhes sobre a política adotada pelo governo holandês, idem; o papel dos Estados Unidos e sua política de Guerra ao Tráfico, de Nixon para cá, também é mais do mesmo.
Aposto um carregamento de chá de coca que, se fosse feito um plebiscito na semana que vem sobre o tema da descriminalização da maconha, a goleada a favor da atual legislação e da postura do governo sobre o tema seria humilhante – palpito um placar de 75% a 25%. O brasileiro é conservador e vai demorar décadas para que assuntos-tabu sejam tratados de maneira mais inteligente. Enquanto isso, tais filmes e a iniciativa de FHC servem ao menos para levar informações “novas” a um público que se nega até mesmo a ouvir o contraditório.
Gostaria que meus pais vissem esse filme – e também os brasileiros de sua faixa etária, com pouco acesso à internet ou a debates que fujam do padrão Ratinho, Sonia Abrão, Globo News, Datena. Crianças e adolescentes precisam assisti-lo também. “Quebrando o tabu”, no entanto, não tem qualquer pegada comercial para ser exibido em salas fora do circuito Paulista-Augusta. Aliás, será que não é pretensão achar que uma parte significativa da população tem interesse em pensar sobre isso? Professores teriam autonomia para projetá-lo em sala de aula? Quantos pais ficariam revoltados? Em alguns lugares do país ainda nem se pode falar direito sobre camisinha...
Em geral, as críticas que ouvi são a respeito da superficialidade do filme e, claro, ataques a FHC (e a Bill Clinton também, outro participante do documentário), por sua falta de políticas inovadoras no combate ao tráfico de drogas, na proposição de uma nova legislação sobre o tema e no trato aos usuários. Aqui é preciso separar as coisas: o governo tucano deixou a desejar nessa área; o debate promovido pelo ex-presidente, aos 80 anos, merece elogios – e também algumas ressalvas.
O que é elogiável, no entanto, não atinge o nicho que já pensa de forma mais progressista em relação ao tema da descriminalização. Para esse grupo, é redundante ouvir que álcool e os marlboro da vida são mais nocivos que a cannabis; detalhes sobre a política adotada pelo governo holandês, idem; o papel dos Estados Unidos e sua política de Guerra ao Tráfico, de Nixon para cá, também é mais do mesmo.
Aposto um carregamento de chá de coca que, se fosse feito um plebiscito na semana que vem sobre o tema da descriminalização da maconha, a goleada a favor da atual legislação e da postura do governo sobre o tema seria humilhante – palpito um placar de 75% a 25%. O brasileiro é conservador e vai demorar décadas para que assuntos-tabu sejam tratados de maneira mais inteligente. Enquanto isso, tais filmes e a iniciativa de FHC servem ao menos para levar informações “novas” a um público que se nega até mesmo a ouvir o contraditório.
Gostaria que meus pais vissem esse filme – e também os brasileiros de sua faixa etária, com pouco acesso à internet ou a debates que fujam do padrão Ratinho, Sonia Abrão, Globo News, Datena. Crianças e adolescentes precisam assisti-lo também. “Quebrando o tabu”, no entanto, não tem qualquer pegada comercial para ser exibido em salas fora do circuito Paulista-Augusta. Aliás, será que não é pretensão achar que uma parte significativa da população tem interesse em pensar sobre isso? Professores teriam autonomia para projetá-lo em sala de aula? Quantos pais ficariam revoltados? Em alguns lugares do país ainda nem se pode falar direito sobre camisinha...
Comentários