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Mostrando postagens de julho, 2010

Ôôôô... listen to the music

Na segunda semana em Vancouver, um outro brasileiro, o Vinny, um cara que já havia morado nos Estados Unidos e tinha um nível de inglês bem melhor do que o meu, explicou o processo de aprendizado de outro idioma de uma forma que nunca mais saiu de minha cabeça. Ele dizia que era preciso "pegar a música" do idioma, seja das pessoas nativas do país ou mesmo dos estrangeiros que já são fluentes. E não importava quanto tempo alguém já tivesse estudado essa outra língua: ao chegar em outro país, tudo só transcorreria bem quando a tal música fosse devidamente captada. Depois de alguns meses por lá, vi que ele estava realmente certo. E comprovei isso mais uma vez em recente visita a trabalho à "Beneçuela". A impressão é a de que cada país hispanohablante tem uma "música" diferente, que exige uma adaptação que pode ser mais demorada ou menos demorada. Ainda na América do Norte, eu pensava que a "música" do Vinny tinha mais a ver com sotaques. Por lá, vi

Contra a palmada

O maior mérito de se discutir a aprovação ou não de uma lei que criminize os pais que batem nos fllhos é justamente o fato de se conversar sobre esse tema. Acho um pouco exagerado transformar isso em lei, embora vale a pena lembrar um detalhe: quem bate em idosos é punido pela legislação. Por que a violência contra crianças não pode ter tratamento semelhante? Como não sou especialista nisso, reproduzo abaixo dois textos com os quais concordo vírgula por vírgula. O primeiro é da neurocientista Suzana Herculano; o segundo é da psicóloga Rosely Sayão. Não existe palmada bem dada Claro que o objetivo não é colocar na prisão aqueles pais que, incapazes de resolver desavenças com seus filhos na base da conversa, recorrem à punição física na forma de "uma palmada bem dada", no afã de impor alguma sombra de autoridade. O estatuto que proíbe a punição corporal de crianças visa a que se deixe de considerar normal, necessário ou saudável "educar" com violência. Como a soc

Serra, entre drogas e alucinações

Reproduzo abaixo artigo do desembargador Wálter Maierovitch, esclarecedor no que diz respeito ao combate às drogas em nosso continente: José Serra, entre drogas e alucinações Quando ministro da pasta da Saúde, o atual candidato José Serra jamais se preocupou com a questão das drogas ilícitas, no que tocava ao tratamento do dependente químico e psíquico e na formação dos agentes de saúde. Sua gestão, no particular, foi marcada pelo descaso e pelo desrespeito aos direitos humanos. No ministério, ele se revelou incapaz de compreender que estava diante de um grave problema de saúde pública. E os aumentos relativos ao consumo e à oferta de drogas ilícitas causavam consequências sociossanitárias de grande monta. Apesar disso, fez de conta que o problema não existia. Ao primeiro Fórum Nacional sobre drogas ilícitas e álcool, Serra virou as costas. Pela primeira vez realizado no Brasil, tratava-se de um fórum multidisciplinar e voltado a consultar e debater com a sociedade civil uma nova polít

A falta que FHC faz

Em dias nos quais a oposição começa a baixar o nível absurdamente, o Nassif aparece com uma análise ne medida. Segue abaixo: A falta que FHC faz Aproximar-se de FHC, apropriar-se de seu discurso, não daria a vitória a José Serra. Mas, depois que FHC foi defenestrado da campanha de Serra, perdeu-se qualquer veleidade de discurso político. Não duvido se Marina começar a crescer à custa da candidatura Serra. Antes, na oposição havia um corpo coerente de idéias, algo palpável em torno do qual poderia haver debate político. E digo isso, sendo crítico de primeira hora do mercadismo fernandista. Mas tinha-se o que criticar. Defendendo as bandeiras de FHC, Serra seria derrotado, mas de outra maneira: a oposição sairia com algum legado, com idéias que, passadas as eleições, serviriam de ponto inicial para um novo discurso, um contraponto consistente ao novo governo. Embora nunca tivesse praticado gestão, o discurso fernandista encampava a bandeira da gestão, assim como da privatização, do pr

“Pra falar sobre o tempo ou sobre como está o mar”

É batata! Toda vez que alguém fala sobre como está fazendo frio ou sobre a chuva, me vem à cabeça a velha letra de “Lôrabúrra”, do Gabriel, o Pensador, citado no título deste post. Mas quero falar disso, apesar de sempre soar como falta de assunto. Pra não ficar tão chato, talvez uma pitada social dê um caldo mais interessante. O entorno da Praça da Liberdade e da Avenida Liberdade tem vários bancos. Desde segunda-feira, quando chegou a São Paulo essa onda de frio, muitos, mas muitos moradores de rua têm se abrigado em frente ao Bradesco, ao Santander, à Nossa Caixa e outros. A cena não é nova e nem deixará de existir tão cedo, mas é sempre irônico pensar onde esses cidadão vão procurar abrigo. Ontem, ao esperar o farol abrir, por volta das 18h30, bem em frente ao Santander, ouvi uma senhora comentar com outra, em tom de pena: “Você consegue ter noção do frio que essas pessoas vão passar esta noite?” Problemas sociais à parte, fiquei por um bom tempo tentando mensurar a dor que aquelas

"House" esculacha a ditadura da ética

Reproduzo abaixo texto do jornalista Breno Altman, do site "Opera Mundi" , sobre "House", série cuja sexta temporada se encerrou há algumas semanas, de forma arrebatadora, após alguns momentos de baixa ao longo deste ano. Fica a dica também pro site onde o texto está publicado. “House” esculacha a ditadura da ética Os fãs respiram aliviados. Novos episódios da série médica mais aclamada do planeta começaram a ser gravados na semana passada. Apesar de especulações sobre descontinuidade, House entrará, a partir de setembro, nos Estados Unidos, em sua sétima temporada. Os brasileiros, porém, terão que aguardar até o primeiro semestre de 2011. Criado por David Shore e originalmente exibido pela Fox desde 2004, o teledrama estrelado por Hugh Laurie alcançou, em 2008, o topo dos programas mundialmente mais assistidos: 80 milhões de espectadores em 66 países. Além do sucesso de público, acumula premiações e elogios da crítica. A que se deve, afinal, o sucesso do clínico ar

E quando tiver que escolher a escolinha?

Amigos noivando. Amigos casando. Amigos morando juntos. Amigos tendo filhos. Amigos gastando com fraldas. Amigos comemorando aniversários de seus filhos. Filhos de amigos crescendo. Esse cenário atualmente é real. Há alguns anos, era completamente improvável em minha vida. Hoje, vejo de forma diferente, mas alguns temores ainda permanecem. O maior deles está no título deste post. Há alguns anos, quando o filho de um amigo bem chegado estava com uns quatro anos, ele me relatou algo à primeira vista engraçado, mas cuja verdade não tem graça nenhuma. Durante a festa junina da escolinha, tocava em alto e bom som uma música cujo refrão é “Beber, cair, levantar”. Pior do que isso: a maioria das crianças cantava junto, estimulada pelos professores. Há menos tempo, outra amiga, professora de um colégio bem caro (coisa de quase R$ 1.500 por mês), me descrevia o nível lamentável de suas colegas, responsáveis pela educação de crianças de quatro a seis anos. Profissionais completamente alienadas,