O jornalista José Trajano deixou no ar, na manhã desta segunda-feira, no programa “Pontapé Inicial”, da ESPN, um tema para ser discutido no dia seguinte, por conta do Super Bowl 46, ocorrido no domingo: qual a origem da recente e gigantesca leva de brasileiros que se tornou fã de futebol americano?
Em São Paulo, diversos bares ficaram lotados de homens e mulheres para acompanhar a final entre Giants e Patriots – com torcida e tudo, ao estilo Bulls e Lakers dos tempos em que a NBA era mais popular por aqui. A cadeia de lojas do Applebee´s fez uma promoção especial casada com a exibição da partida. Nas redes sociais, muita gente comentou sobre o evento – nem que fosse para prosear a respeito do show da Madonna no intervalo. Há alguma explicação para o fenômeno?
Desde os tempos de Joe Montana e dos jogos de Master System não acompanho mais de perto esse esporte, apesar de ainda gostar de assisti-lo de vez em quando. Dito isso, vamos a algumas especulações. Conversando com minha irmã, ela me lembrou do fenômeno recente do UFC no Brasil, apesar de o formato MMA já existir há pelo menos 15 anos nos Estados Unidos e no Japão. Nos dois casos, há também muitas mulheres que costumam acompanhar os eventos, nem que seja apenas as finais, assim como acontece em época de Copa do Mundo de futebol.
E é justamente no ponto sobre futebol que quero chegar. Tenho a percepção de que a tal "Pátria de Chuteiras" a cada década vai perdendo o direito de usar esse chavão. Vejo muitos moleques de 10, 12, 15 anos dizendo que torcem para tal time apenas para agradar ao pai, sem qualquer tipo de ligação maior com o futebol no Brasil (difícil competir com o Barcelona, seja nos videogames ou na realidade). Ao mesmo tempo, apesar de lamentar essa percepção, dou razão aos guris. Como comparar o glamour e a produção de uma rodada final do Campeonato Brasileiro ou da Copa do Brasil com o estardalhaço do UFC Rio, com Anderson Silva aparecendo até no programa da Ana Maria Braga? Talvez o mesmo valha para o futebol yankee e toda sua organização e pirotecnia.
Trajano falou rapidamente sobre a massificação da TV por assinatura no Brasil como uma das possíveis explicações para o fenômeno. Mais do que isso, acho que a popularização da internet é bem mais forte – a comparação numérica entre internautas e assinantes é muito vantajosa para o primeiro grupo. Nos anos 90, a Band costumava passar jogos da NBA e da NFL, mas somente Magic Johnson, Jordan e Cia. Se tornaram populares por aqui. Era complicado demais encontrar algum lugar em que se podia entender com mais detalhes as regras do futebol americano. Hoje é moleza...
E é justamente essa molecada que já se alfabetiza em frente a um teclado e a um monitor que cresceu, passou a curtir uma cervejinha enquanto assiste a um jogo de futebol americano (ou de basquete da NBA) e a gerar uma demanda grande a ponto de a Rádio Estadão/ESPN transmitir, ao vivo, partidas desses esportes. Isso mesmo: via rádio! Tempos loucos, não?
Para terminar, deixe qualquer preconceito bobo de lado e veja a apresentação da Madonna no intervalo do Super Bowl. O palco, como todo ano, é montado e desmontado no meio do campo, durante o intervalo. Você pode odiar “Like a Prayer”, mas veja até o fim toda a produção do evento. Se possível, em alta definição...
Em São Paulo, diversos bares ficaram lotados de homens e mulheres para acompanhar a final entre Giants e Patriots – com torcida e tudo, ao estilo Bulls e Lakers dos tempos em que a NBA era mais popular por aqui. A cadeia de lojas do Applebee´s fez uma promoção especial casada com a exibição da partida. Nas redes sociais, muita gente comentou sobre o evento – nem que fosse para prosear a respeito do show da Madonna no intervalo. Há alguma explicação para o fenômeno?
Desde os tempos de Joe Montana e dos jogos de Master System não acompanho mais de perto esse esporte, apesar de ainda gostar de assisti-lo de vez em quando. Dito isso, vamos a algumas especulações. Conversando com minha irmã, ela me lembrou do fenômeno recente do UFC no Brasil, apesar de o formato MMA já existir há pelo menos 15 anos nos Estados Unidos e no Japão. Nos dois casos, há também muitas mulheres que costumam acompanhar os eventos, nem que seja apenas as finais, assim como acontece em época de Copa do Mundo de futebol.
E é justamente no ponto sobre futebol que quero chegar. Tenho a percepção de que a tal "Pátria de Chuteiras" a cada década vai perdendo o direito de usar esse chavão. Vejo muitos moleques de 10, 12, 15 anos dizendo que torcem para tal time apenas para agradar ao pai, sem qualquer tipo de ligação maior com o futebol no Brasil (difícil competir com o Barcelona, seja nos videogames ou na realidade). Ao mesmo tempo, apesar de lamentar essa percepção, dou razão aos guris. Como comparar o glamour e a produção de uma rodada final do Campeonato Brasileiro ou da Copa do Brasil com o estardalhaço do UFC Rio, com Anderson Silva aparecendo até no programa da Ana Maria Braga? Talvez o mesmo valha para o futebol yankee e toda sua organização e pirotecnia.
Trajano falou rapidamente sobre a massificação da TV por assinatura no Brasil como uma das possíveis explicações para o fenômeno. Mais do que isso, acho que a popularização da internet é bem mais forte – a comparação numérica entre internautas e assinantes é muito vantajosa para o primeiro grupo. Nos anos 90, a Band costumava passar jogos da NBA e da NFL, mas somente Magic Johnson, Jordan e Cia. Se tornaram populares por aqui. Era complicado demais encontrar algum lugar em que se podia entender com mais detalhes as regras do futebol americano. Hoje é moleza...
E é justamente essa molecada que já se alfabetiza em frente a um teclado e a um monitor que cresceu, passou a curtir uma cervejinha enquanto assiste a um jogo de futebol americano (ou de basquete da NBA) e a gerar uma demanda grande a ponto de a Rádio Estadão/ESPN transmitir, ao vivo, partidas desses esportes. Isso mesmo: via rádio! Tempos loucos, não?
Para terminar, deixe qualquer preconceito bobo de lado e veja a apresentação da Madonna no intervalo do Super Bowl. O palco, como todo ano, é montado e desmontado no meio do campo, durante o intervalo. Você pode odiar “Like a Prayer”, mas veja até o fim toda a produção do evento. Se possível, em alta definição...
Comentários