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Mostrando postagens de janeiro, 2021

O legado burocrático da Europa do século 16

  Apesar de a Europa se encontrar dividida em termos políticos, sociais e religiosos em meados do século 16, a Monarquia de grande parte das nações do continente viu seu poder ser ampliado durante esse período. John H. Elliot, no segundo capítulo de seu livro “A Europa Dividida 1559-1598”, deixa de lado quaisquer fatores de ordem militar para explicar esse fortalecimento das famílias reais, concentrando-se em dois pontos bastante específicos daquela conjuntura: a ênfase que é dada para a organização administrativa e o maior controle exercido sobre a religião. Segundo o autor, o poder monárquico no século 16 vai ganhando maior autoridade na medida em que os procedimentos burocráticos e administrativos foram ampliados e praticados a partir de uma mentalidade profissional.   “O século dezesseis foi a primeira grande época do governo através de papeis”, afirma Elliott (p. 58), destacando que cada vez mais os documentos e assuntos governamentais passavam a ser registrados em “arquivos cui

Bismarck, unificação e as consequências da industrialização alemã

É impossível afirmar que um evento com a magnitude da Primeira Guerra Mundial tenha ocorrido por conta de um fenômeno isolado – são vários os elementos envolvidos. No entanto, para muitos historiadores e analistas, o papel geopolítico desempenhado pela Alemanha no final do século 19 foi um fator preponderante para o início do conflito. Este trabalho pretende analisar, pelo viés do desenvolvimento econômico da Alemanha, de que maneira um país unificado somente em 1871 pôde se transformar, em pouco mais de quatro décadas, em uma nação de primeira grandeza – a ponto de ser um dos protagonistas da Primeira Guerra. Que elementos – externos e internos – contribuíram para essa ascensão? Até que ponto é correto responsabilizar os alemães pelo estopim do conflito que viria a tirar as vidas de 19 milhões de pessoas? De 1789 a 1848 – anos cercados por revoluções Uma geração inteira, tanto na França quanto nos estados germânicos, cresceu sob o impacto direto das consequências da Revolução Francesa

Argentina e a importância de Sarmiento

Achei uns textos antigos. Vou republicar por aqui. Contradições do liberalismo na Argentina: Uma análise da trajetória de Domingo Faustino Sarmiento Em 1922, o Prêmio Nobel de Literatura Jacinto Benavente visitou por um mês a Argentina. A cada cidade por onde passava, jornalistas e curiosos perguntavam a ele suas impressões a respeito do país e de sua população, tarefa da qual o escritor se esquivou como pôde até o dia de sua partida. Ao subir no navio que o levaria de volta à Europa, Benavente disparou um verdadeiro “tiro de canhão”, naquela que seria sua definição sobre o povo local: “Formem a única palavra possível com as letras que compõem a palavra ‘argentino’” [1] . Desde então o caso é lembrado como piada para lembrar que o único anagrama possível com as letras de “argentino” é “ignorante”. A obsessão de Sarmiento Os argentinos de mais idade se lembram de tempos em que as escolas ensinavam aos estudantes uma série de hinos: o Hino Nacional , o Hino à Bandeira , a March